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Foto: Divulgação
O mais tradicional produto para tratamento de água é utilizado pelo homem desde a época dos faraós e do Império Romano. Apesar dessa antiguidade, o sulfato de alumínio continua sendo um dos principais sais utilizados pelas empresas de saneamento básico do Brasil e do mundo. O produto é apresentado no estado sólido (granulado) ou em solução, com a adição de 50% de água,
e na versão isenta de ferro.
O Chefe da Divisão de Produção e Reserva de Água do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Americana, Maury Felix, explica que existe uma infi nidade de produtos coagulantes. Os mais conhecidos são sais de alumínio e ferro. A escolha do material que será aplicado na água depende muito das condições físico-químicas do líquido a ser tratado. Em outras palavras, a preferência está relacionada aos elementos que provocam turbidez e às substâncias indesejadas contidas na água, que possam prejudicar a saúde da população. "Um ensaio vai apontar qual o produto mais indicado", ressalta.
A definição só é feita após diversos testes realizados durante diferentes períodos do ano. "A escolha do DAE recaiu no sulfato de alumínio, que de um modo geral atende bem durante o ano inteiro", argumenta. "Não se pode num sistema desses alterar o tipo de tratamento constantemente, pois essa mudança mostra-se muito trabalhosa". Ele acredita que os resultados obtidos com o sulfato de alumínio alcançam a casa dos 99% de efi cácia durante o ano todo. "Alguma coisa fora de padrão é muito pequena no nosso sistema", avalia. "É bem pontual".
O DAE de Americana (SP) consome cerca de 1,6 mil toneladas de sulfato de alumínio em solução por ano. Esse volume tem aumentado cerca de 5% ao ano, acompanhando o crescimento da cidade e a conseqüente elevação na demanda por água. Além disso, a dosagem do sulfato é diretamente proporcional à turbidez da água, quanto mais turva maior a quantidade do produto.
O sulfato é um dos primeiros produtos a serem aplicados no tratamento d'água, na fase da clari ficação. Ele aglu tina toda a matéria em suspensão e forma fl ocos que ganham em densidade e se sedimentam. Depois vêm os processos de coagulação, decantação e fi ltração. Para logo em seguida, a água passar pela fi ltração, desinfecção, correção e fl uoretação. Somente depois de tudo isso, o líquido está pronto para ser distribuído.
Outras vantagens do sulfato de alumínio: a boa dosagem do material não deixa nenhum tipo de resíduo, tem custo menor por tonelada e facilita o processo de tratamento. "Basta apenas diluir o produto no ponto de aplicação".
A Sabesp, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, uma das maiores empresas do setor no mundo, também utiliza o sulfato de alumínio em suas operações. A empresa atende atualmente 25 milhões de pessoas distribuídas em 368 municípios.
São mais de 53 mil quilômetros de redes de distribuição e uma capacidade de armazenagem de 2,6 bilhões de litros de água. O consumo do sulfato chega à casa das 52 mil toneladas por ano, a maior parte em solução. O químico da Sabesp, Mercedino Carneiro Filho, comenta que a empresa usa o produto desde sua fundação. Ele acredita que uma grande vantagem oferecida pelo sulfato de alumínio é o custo fi nal. "O preço é menor em relação aos sais de ferro", comenta.
No entanto, ele lembra que diante de uma qualidade pior da água captada a escolha acaba recaindo sobre outros produtos. "A Sabesp utiliza o sulfato até um determinado ponto", explica. "A partir daí, mostra-se necessário buscar alternativas".
Como no caso do DAE de Americana, a Sabesp aplica o sulfato de alumínio na caixa de mistura rápida na estação de tratamento de água. "Normalmente, utiliza-se o produto logo no início do processo".
Queda
Hoje, o mercado brasileiro conta com cerca de 15 empresas produtoras. Uma das mais antigas é a Produtos Químicos Guaçu, que fabricou no ano passado 94 mil toneladas do produto. Segundo o diretor Comercial da empresa, Ederaldo Persinotti, nos últimos anos a demanda teve uma considerável retração. As encomendas estão concentradas em dois setores: tratamento de água e indústria de papel, que usa sulfato na formação da massa de celulose. O sal tem que ser isento de ferro para não afetar a alvura do papel. "Há outros segmentos que consomem o sulfato de alumínio, mas os números não são representativos", admite.
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