Fonte: Inovação Tecnológica - 05/04/2007
Robôs-enfermeiros têm atraído um interesse crescente dos pesquisadores, principalmente nos países mais desenvolvidos, onde a porcentagem da população que atinge a faixa da terceira idade é cada vez maior.
O enfoque até agora adotado, contudo, tem sido mais a criação de robôs- acompanhantes que, além de dar recados, fazer ligações telefônicas e lembrar o horário de se tomar medicamentos, têm também a capacidade de entrar em contato com os parentes ou médicos e até transmitir dados médicos do paciente no caso dele sentir-se mal.
Robô de resgate
Mas o professor Yasuo Kuniyoshi, da Universidade de Tóquio, Japão, quer ir mais longe: ele quer criar um robô-enfermeiro que seja quase um robô de resgate, capaz de pegar uma pessoa que esteja sentindo-se mal ou até desmaiada e levá-la para um lugar seguro.
Agora ele demonstrou o funcionamento de uma nova versão do seu robô assistente que é capaz de pegar uma pessoa com até 66 quilos, retirando-a da cama e transportando-a em segurança. O robô mede 155 centímetros de altura e pesa 70 quilos.
Robô humanóide carregador de pesoOs melhoramentos foram feitos principalmente no software, que permite que o robô agora tenha um andar menos mecânico e ajuste constantemente a força exercida em seus braços.
O programa é alimentado constantemente por 1.800 sensores táteis, incorporados na pele artificial do robô. O uso desses sensores eliminou a necessidade de se utilizar motores mais potentes. Com isto, ele ganhou mais força utilizando os seus pequenos motores de forma mais inteligente.
"Motores grandes não são seguros para serem utilizados em robôs domésticos," explica o professor Kuniyoshi. "Somente uma pequena quantidade de energia é aplicada a cada junta do robô, mas ele consegue levantar objetos pesados utilizando seus sensores táteis para regular como ele levanta e como carrega as coisas."
Robô carregador de peso
Essa capacidade de levantar pesos certamente encontrará muitos outros usos, além do resgate e da assistência a doentes e idosos. A indústria, por exemplo, tem enormes necessidades de equipamentos versáteis, capazes de carregar pesos com delicadeza e segurança - e principalmente, de forma incansável.
Esse é um trabalho hoje feito por trabalhadores braçais, os chamados "chapas" na gíria da indústria de transportes. O robô do professor Kuniyoshi ainda está muito longe de ter a flexibilidade e a versatilidade necessárias para substituir esses trabalhadores que topam qualquer parada. Mas tarefas mais constantes, em ambientes controlados, logo poderão ser feitas por esse robô-humanóide-carregador-de-peso.