Qualificação é a chave para entrar no mercado de trabalho


O relatório do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre o mercado de trabalho brasileiro divulgado este ano concluiu que a taxa de desemprego está caindo entre a população menos escolarizada. O dado não significa, no entanto, que estão sendo criados mais empregos para esta categoria. O setor perdeu 160 mil postos de trabalho só no ano passado, mas as pessoas menos escolarizadas estão passando para a inatividade ou atingindo um nível de qualificação mais alto.

Essa tendência é observada no mercado de trabalho desde 2004. Ao mesmo tempo, registrou-se crescimento para os grupos mais escolarizados – 76 mil postos de trabalho a mais para aqueles com 8 a 10 anos de estudo e 690 mil para os trabalhadores com 11 anos ou mais de estudo. A evolução do último grupo merece atenção especial: a expansão desse grupo (690 mil postos de trabalho) foi maior que a registrada no total (623 mil postos). Ou seja, as vagas tradicionalmente ocupadas por trabalhadores com menos de 11 anos de estudo estão sendo agora disputada por trabalhadores com mais escolaridade.

A pesquisa do Ipea também mostrou uma mudança geográfica no surgimento de postos de trabalho. No Norte, Centro-Oeste e Sul, a quantidade de vagas supera o total de trabalhadores qualificados. No Sudeste e Nordeste, porém, sobram trabalhadores e faltam vagas. No entanto faltam trabalhadores qualificados em todas as regiões. O setor de tecnologia da informação, por exemplo, tem dificuldade em contratar. Por outro lado no de engenharia aeronáutica o Brasil está criando uma tradição de formar profissionais qualificados.

A expectativa para este ano é de que o desempenho do mercado de trabalho continue contribuindo para alimentar a demanda interna. Prova disso é a evolução da massa salarial que registra um aumento de 6,25% na comparação das médias de 2007 e 2006.

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