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A substituição do concreto armado por perfis de aço galvanizado poderá reduzir em até 50% o tempo de construção nos empreendimentos da mineira MRV. A empresa fechou parceria com a siderúrgica Usiminas para a transferência da tecnologia "steel framing", sistema de construção com estrutura em aço galvanizado, resistente à corrosão, para casas e edifícios de até sete pavimentos.
A primeira obra, em caráter experimental, acaba de ficar pronta. São duas casas geminadas no condomínio Cittá Giardino di Napoli, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. A segunda obra, mais duas residências de quatro quartos, será iniciada nos próximos dias. "Essas casas são protótipos que estão nos ajudando a dominar a tecnologia e conferir os cálculos", explica o superintendente de planejamento da MRV, Evandro Carvalho.
Segundo o executivo, o custo dos perfis de aço galvanizado é cerca de 16% maior que o dos materiais convencionais. Mas a velocidade da obra, entre 40% e 50% maior, representa uma boa economia no cálculo global. Para concluir um condomínio de 20 casas, por exemplo, a MRV leva cerca de 10 meses utilizando a tecnologia auto-portante. Com o "steel framing", a expectativa é gastar entre 5 meses e 6 meses.
"A redução do tempo de contratação da mão-de obra é um dos ganhos que teremos", exemplifica Carvalho. Menor desperdício de materiais é outra das vantagens apontadas. "É excelente a perspectiva de substituição por esse processo que é completamente industrializado", afirma o superintendente.
Interessada em fomentar no Brasil a tecnologia de "steel framing", que já é utilizada em grande escala nos Estados Unidos e no Japão, a Usiminas está em negociação de parceria com outras construtoras. A pioneira no processo foi a paulista Sequência, que já está comercializando condomínios construídos com perfis de aços galvanizados. Agora, a Sequência está construindo um hotel no Amazonas, no meio da floresta, utilizando o sistema "steel framing".
"Daqui para frente vamos ver grandes obras em ´steel framing´ surgindo no Brasil, essa é uma tecnologia fadada ao sucesso", diz Pedroosvaldo Santos, superintendente de aplicação de aço em construção civil da Usiminas. O executivo acredita que, até o fim da década, a tecnologia de perfis de aço já será utilizada em larga escala no país.
Segundo Santos, o método pode ser aplicado tanto na habitação popular quanto nos empreendimentos paras camadas de maior poder aquisitivo. "As perspectivas de mercado para o produto são muito boas", diz. A Usiminas entrega o aço no canteiro de obra da construtora, onde os perfis são montados por empresas especializadas.
Para o superintendente da MRV, o obstáculo que ainda existe para aplicação do sistema em larga escala é a falta de mão-de-obra especializada. Em parceria com o Sesi, a Usiminas está patrocinando cursos de formação de mão-de-obra.
Apesar do otimismo com a tecnologia, Carvalho diz que não há um prazo definido para que a MRV comece, de fato, a utilizar o "steel framing" como processo construtivo nos seus empreendimentos. "Ainda é prematuro para essa definição." A construtora mineira atua em 29 cidades brasileiras, construindo condomínios verticais e horizontais para classe média.
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