O setor das máquinas de corte de aço apresenta uma gama de produtos cada vez maior. Há vários níveis de preço e tecnologia para esse tipo de equipamento e, certamente, essa variedade só existe para atender a um mercado com exigências e necessidades diferentes, que está em plena expansão no Brasil.
Os fabricantes nacionais já não conseguem suprir a necessidade de máquinas de corte no país. A solução está nos importados que abastecem as fábricas brasileiras e mantêm a indústria aquecida. “A demanda está tão grande que há fabricantes nacionais importando produtos para suprir o mercado”, comenta Eduardo Andrada, diretor da Cesmi, que importa máquinas de corte por jato de água, guilhotinas, multitarefas e pulsionadeiras.
A maioria destes equipamentos possui alta tecnologia agregada e, por serem mais caros, são comprados por empresas de maior porte. “Clientes de produtos importados são geralmente maiores; além disso, as máquinas que trazemos não têm similares fabricados no Brasil”, explica Osni de Andrade Silva, diretor comercial da Fagor Arrasate, companhia espanhola especializada em linhas de corte físico. Recentemente, as máquinas da China se mostraram como uma solução para empresas que não precisam de equipamentos sofisticados e buscam produtos mais baratos.
A indústria nacional desenvolve, a cada momento, um dos seus setores. Para acompanhar essas mudanças são necessárias máquinas de diferentes funções. “A economia brasileira é sazonal, ora um setor está em alta, ora outro. Por conta disso, há períodos em que um determinado tipo de máquina é mais procurado”, afirma Bruno Eifler, sócio gerente da Trumpf. Para ele, o momento atual é um ótimo período para as máquinas de corte a laser: “Estamos desenvolvendo uma área da indústria onde o laser é mais usado: o setor agrícola. Eles trabalham com um grande volume de corte linear, mas de baixa complexidade, ideal para ser executado por máquinas de laser”.
A Trumpf trabalha também com pulsionadeiras, mas, atualmente, 70% das suas vendas são de linhas de corte a laser. Apesar de consumir mais energia e ser mais caro, este equipamento apresenta uma vantagem frente aos demais: “O laser trabalha com mais velocidade, dá retorno mais rápido do capital investido”, afirma Eifler.
Longe da Europa
A Man Ferrostal importa máquinas de corte a laser da fabricante italiana Prima Industry e pulsionadeiras da japonesa Muratec. A empresa também sente que o momento é ideal para o laser, que lidera o ranking das máquinas de corte mais compradas. Apesar disso, o Brasil ainda está muito atrás no número destas máquinas em operação, se comparado aos países da Europa. “Temos de 800 a mil máquinas em funcionamento no país, enquanto na Itália esse número está em torno de quatro mil”, observa Walter Ribeiro, gerente de produtos da empresa.
Mesmo com o aumento das taxas de juros brasileiras, os importadores de linhas de corte sentem segurança no mercado nacional e enxergam um cenário positivo. “Prevemos que o mercado de máquinas de corte continue crescendo por mais cinco anos. A partir daí atingiremos uma estabilidade”, comenta Silva.
Eifler também vê a economia brasileira com otimismo. Segundo ele, o país teve um avanço econômico consistente. “Mesmo com os problemas atuais nós estamos em nosso melhor momento. O nível econômico da população subiu, há maior consumo e maior produção, nunca estivemos nesse nível”.
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