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A Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde, em Foz do Iguaçu, será a primeira unidade de tratamento no Brasil a gerar energia elétrica a partir do processamento do gás metano (subproduto do tratamento do esgoto doméstico), com possibilidade de ligação desta energia em rede de baixa tensão – Sistema de Geração Distribuída. O projeto será apresentado, na próxima semana, a mais de 1.200 participantes de 50 países, durante o Fórum Global de Energias Renováveis, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), e aos representantes das Companhias Estaduais de Saneamento no encontro destas companhias. Os eventos acontecem entre domingo (18) e quarta-feira (21), em Foz do Iguaçu.
Para o presidente da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe) e da Sanepar, Stênio Jacob, a transformação do gás metano em energia elétrica é uma alternativa para todas as empresas de saneamento, tendo em vista a diminuição de custos e a busca por soluções alternativas para a conservação ambiental. “A preocupação ambiental, principalmente em relação ao aquecimento global, deve ser constante para todos, pois atualmente existe uma demanda da sociedade em relação a projetos que utilizem a chamada energia limpa”, comenta.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informação em Saneamento de 2006, a energia elétrica representa 16% do custo total das estações, o equivalente a R$ 2 bilhões anuais. Depois da folha de pagamento, a energia elétrica é a maior despesa das companhias. “Ela representa um dos principais custos do setor de saneamento e a experiência apresentada pela Sanepar poderá ser compartilhada para reduzir os gastos”, explica Jacob.
Ouro Verde
Na unidade da Sanepar, onde o projeto piloto será demonstrado, o tratamento de esgoto é feito por processo anaeróbio, o que reduz a carga de poluição lançada nos rios. Esse processo produz biogás, com elevada concentração de gás metano, que é causador do efeito estufa, mas também, por ter um excelente poder calorífico, gera energia elétrica.
Na estação de tratamento Ouro Verde, o esgoto doméstico produzido por cerca de 17.550 pessoas será convertido em energia elétrica. A energia vai ser utilizada no sistema de tratamento, e o que não for consumido retornará para rede de baixa tensão da companhia estadual de energia elétrica. Além da geração de energia elétrica a partir do gás metano, a Sanepar também vai apresentar um modelo híbrido, que alia a energia produzida pelo biogás com a de painéis solares.
O projeto faz parte da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, da qual a Sanepar é parceira, e objetiva a implantação de experimentos que desenvolvam programa que demonstrem fontes energéticas limpas.