Foto: Osmar Roberto Bagnato - Lnls
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), está desenvolvendo uma tecnologia para soldagem de vários tipos de ligas metálicas especiais, um processo que poderá ser utilizado pela indústria petrolífera, aeronáutica, espacial, em saneamento básico e no tratamento de água industrial, entre outras.
Equipamento utilizado para a soldagem das ligas metálicas especiais
Telas Premium
A nova técnica de soldagem vai possibilitar a fabricação de elementos filtrantes para "Telas Premium", utilizadas especialmente para controle de areia em poços de petróleo e gás. Esse mesmo processo pode ser usado no tratamento de água industrial, filtração em alta pressão e em alta vazão, em saneamento básico, além das indústrias aeronáutica, espacial e em equipamentos científicos.
O Brasil gasta anualmente cerca de US$ 40 milhões em importação de telas desse tipo. Além da economia, o país poderá passar a disputar o mercado internacional do produto, estimado em US$ 200 milhões. Hoje, apenas três empresas no mundo dominam a tecnologia.
A grande participação brasileira nesse mercado se justifica por que a maior parte do nosso petróleo vem de poços de grande profunidade, onde a utilização das telas premium é essencial.
Domínio do ciclo completo
O ciclo completo de produção das telas premium deverá ser dominado pelo Brasil em dois anos, segundo avaliação do engenheiro Samuel Tocalino, da empresa DFB, parceira do LNLS no projeto.
O LNLS trabalha no desenvolvimento de processos especiais de soldagem há mais de 10 anos, para utilização na fabricação de componentes para os aceleradores de elétrons, linhas de luz e outros componentes do Laboratório.
Soldagens não convencionais
"A parceria para o desenvolvimento desse projeto surgiu há dois anos com o interesse comum no desenvolvimento de técnicas de soldagem não convencionais que pudessem unir diferentes materiais metálicos que podem ser utilizados tanto para a fabricação de peças para os aceleradores, como para as outras aplicações," conta o professor Osmar Roberto Bagnato, do LNLS.