A Electrolux vai abrir sua terceira fábrica no Paraná. A nova unidade deverá ficar em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, em imóvel onde já funcionou no passado a montadora Chrysler e a empresa de motores de pequeno porte para exportação TMT Motoco, que está em processo de recuperação judicial há um ano.
A instalação da multinacional sueca no local só depende de aprovação da Justiça, o que é esperado para os próximos dias. Os dados foram levantados nesta sexta-feira (14) pelo Valor Econômico, versão On Line.
Segundo o secretário estadual da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgilio Moreira Filho, o governo do Paraná vem acompanhando a trajetória de sucesso da Electrolux no Paraná e a notícia de uma terceira unidade no estado será muito bem recebida.
“A empresa, nesse caso, fará jus a todos os benefícios fiscais que vigoram no Estado, tais como o Programa Bom Emprego, as facilidades pagamento do ICMS incidente nas importações de máquinas e insumos e o ICMS da fatura de energia elétrica”, afirma.
No ano passado a Electrolux negou que, com o crescimento das vendas de eletrodomésticos, estivesse em busca de terreno no Paraná para construir uma fábrica. Mas agora a informação está em ata da assembléia de credores da TMT, realizada no dia 11. No documentoconsta que uma proposta de R$ 75,1 milhões para a compra do imóvel e instalações da TMT que foi feita pela construtora WTorre, de São Paulo, para atender encomenda feita pela multinacional e, na seqüência, erguer lá mais galpões industriais para locação.
O imóvel que está em negociação tem um milhão de m2 e 100 mil m2, junto com a unidade fabril, serão arrendados para a fabricante de geladeiras. Como foi registrado na ata, a sueca tem como meta colocar a unidade em operação a partir de dezembro de 2008, gerando 500 empregos diretos.
A empresa teria um cronograma de ampliação para 2009, que prevê um centro de distribuição. As informações foram repassadas aos credores na assembléia da TMT por representantes da WTorre, entre eles o gerente comercial, Miguel Giacummo, e pela gerente tributária da Electrolux, Eloisa Wolter. Os dois executivos evitaram falar sobre o assunto.
A WTorre vai adaptar o imóvel ao que foi pedido pela Electrolux , confirmou o advogado Marcelo Bertoldi, do escritório Marins, Bertoldi, Efing e Rocha, que foi nomeado administrador judicial da TMT. Trata-se da segunda proposta recebida pelos credores da empresa, que acumulou dívidas de cerca de R$ 300 milhões com os bancos Bradesco, Itaú, HSBC e Unibanco, entre outras instituições.
A primeira partiu de Fernando Buffa, ex-presidente da TMT, que tentou reunir investidores para comprar a unidade, mas não cumpriu os prazos de pagamento. Especialista em recuperação de empresas, Bertoldi foi quem conseguiu tirar a Parmalat do controle da Batávia e, no ano passado, trabalhou na venda da fabricante paranaense de lácteos para a Perdigão.
Panorama
A Electrolux tem duas fábricas em Curitiba (PR), onde faz refrigeradores, freezers, aspiradores e lavadoras de alta pressão. Ela chegou ao estado há 12 anos, após comprar a Refripar, dona da marca Prosdócimo.
Em São Carlos (SP) ela produz lavadoras de roupas e fogões e, em Manaus (AM), condicionadores de ar e microondas. Procurada, a empresa informou por meio da assessoria de imprensa que não iria se pronunciar sobre o conteúdo da ata, mas não negou as informações. Recentemente a multinacional admitiu que teve em 2007 o melhor resultado de sua história no Brasil, com aumento de 20% no faturamento.
No ano passado ela ultrapassou a marca de 4 milhões de produtos vendidos apenas no mercado interno, sem contar as exportações. O bom momento foi creditado à oferta de crédito e também à retomada da construção civil no país, onde a sueca enfrenta a preferência dos clientes com a americana Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul.
Segundo a multinacional, o Brasil é o país que tem maior peso dentro da América Latina, região que responde por 10% dos negócios do grupo.
Fiat
O interesse da Electrolux por Campo Largo sela uma semana de boas notícias para o município que é conhecido como capital da louça pela concentração de fabricantes de pisos e cerâmicas de cozinha.
Na quarta-feira a Fiat Powertrain Technologies (FPT) e o governador Roberto Requião anunciaram a compra da fabricante de motores Tritec, resultado de uma antiga parceria da BMW com a Chrysler, que deixou de produzir em julho de 2007 e dispensou quase 300 trabalhadores. A TMT é vizinha da Tritec e, alegando perdas por conta do câmbio, parou antes, em abril, e demitiu 680 pessoas.
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