Fonte: O Estado de São Paulo - 22/03/07
Num gesto para baixar o tom da polêmica entre a Petrobras e o governo argentino, a companhia emitiu nota no início desta noite, na qual "reafirma publicamente sua disposição de manter uma forte presença na Argentina".
Segundo a nota, o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, "entende que suas declarações publicadas pela imprensa Argentina foram interpretadas de forma equivocada e em nenhum momento sinalizou uma redução de investimentos na Argentina ou não cumprimento de compromissos assumidos, nem tampouco deixar de cumprir com as políticas internas legitimamente estabelecidas pelo governo argentino".
A companhia afirma ainda que "orienta sua atuação em todos os países onde está presente pelo respeito à legislação e pela colaboração com as autoridades locais, postura compatível com suas políticas de responsabilidade social".
Para completar, a nota ressalta que atualmente, "a Petrobras Energía emprega 14 mil pessoas na Argentina, onde planeja fazer investimentos adicionais de mais de US$ 2,3 bilhões até 2011".
A polêmica entre a Petrobras e o governo de Néstor Kirchner foi desatada nesta terça, depois das declarações de Gabrielli, durante um seminário no Rio de Janeiro sobre Investimento na América Latina. Na ocasião, Gabrielli disse que as tarifas de gás e os preços de combustíveis líquidos que a Argentina tem não estimulam o investimento no setor energético.
O ministro de Planejamento Federal da Argentina, Julio De Vido, por sua vez, deu uma dura resposta, nesta manhã, ao dizer que "as opiniões de Gabrielli resultam absolutamente inapropriadas para uma empresa que é concessionária na Argentina".
De Vido adiantou que o governo argentino pediu explicações ao Brasil pelas declarações de Gabrielli. "Já me comuniquei com o embaixador do Brasil (Mauro Vieira) e entendo que o chanceler argentino (Jorge Taiana) está fazendo o mesmo para apresentar nossa mais profunda desconformidade, nosso mais profundo desagrado pelas declarações do senhor Gabrielli", disse o ministro. Ele também avisou sobre possíveis sanções se a petrolífera não realizar os investimentos necessários no país.
Segundo o ministro, a Petrobras tem que "cumprir à risca os investimentos que tem obrigação de realizar", caso contrário, "será seriamente afetada em seus contratos", já que o "Estado vai avançar se não se ajusta às suas obrigações contratuais".
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