Governo solicitará leilão para a geração eólica

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 Na próxima terça-feira, a governadora Yeda Crusius e alguns integrantes do Executivo estadual deverão ir a Brasília para discutir assuntos relativos aos setores de infra-estrutura, energia, entre outros. Um dos pedidos do Estado para o governo federal será a realização de um leilão exclusivo para empreendimentos eólicos com o objetivo de garantir a comercialização deste tipo de fonte de energia.

O secretário-geral de governo do Rio Grande do Sul, Delson Luiz Martini, acredita que é possível atrair investimentos da ordem de US$ 1 bilhão para o Estado somente com projetos eólicos. No entanto, para isso é necessário que essa energia mais cara seja vendida. Martini calcula que para viabilizar um empreendimento eólico é preciso chegar a um preço de R$ 180,00 o MWh. Atualmente, conforme o secretário, o preço da energia hídrica está em torno de R$ 120,00 e a biomassa (produção de energia a partir da queima de matéria orgânica) está em cerca de R$ 140,00. "Por isso a eólica não pode competir com as outras fontes", defende o secretário. Martini também é membro do Conselho de Administração do Operador Nacional do Sistema elétrico brasileiro (ONS).

O desejo do governo gaúcho é de que o leilão de energia eólica seja realizado ainda no primeiro semestre deste ano. Nos leilões de energia, o empreendimento que propor o menor preço sai vencedor. O governo federal garante a comercialização da energia que depois terá seu custo repassado para as tarifas dos consumidores finais. Martini ressalta que o Rio Grande do Sul é um dos estados com maior potencial de ventos do País. Entre os projetos que estão sendo estudados estão os do Grupo Fortuny, em Jaguarão, Santana do Livramento e Piratini, e a duplicação do parque eólico da Ventos do Sul, em Osório. As reuniões em Brasília serão com os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Defesa, Nelson Jobim.

Com a ministra Dilma, o Estado discutirá obras de infra-estrutura, como duplicações de rodovias. Com Jobim, a pauta será a possível implantação de uma fábrica de blindados da estatal russa Rosoboronexport no Rio Grande do Sul. Outro assunto na área de energia que deve ser discutido é o projeto binacional Garabi. Trata-se de uma idéia de vários anos: a implementação de uma grande hidrelétrica, no rio Uruguai, entre a fronteira do Brasil e a Argentina, na região do município gaúcho de Garruchos. Martini adianta que a área a ser alagada na Argentina para efetivar a usina pode ser diminuída. Com isso, o projeto pode ter que ser reduzido em sua capacidade de geração, ficando em torno de 1,2 mil MW (cerca de um terço da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). Mesmo assim, seria a maior usina do Estado.