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Um avião Airbus A380 tornou-se nesta sexta-feira (1º) o primeiro jato comercial a utilizar combustível alternativo. Segundo a empresa, o avião não precisou de modificações para empregar a tecnologia GTL (gas-to-liquids, conversão química de gás em líquido). O produto foi desenvolvido para ser misturado ao combustível normal.
A expectativa da empresa é que o jato, afetado por atrasos de produção, torne-se o centro de seus esforços para projetar a próxima geração de combustíveis limpos. A indústria da aviação está sob pressão para que reduza suas emissões de poluentes.
Como é feito de gás natural - de origem fóssil -, o GTL não pode ser considerado um biocombustível, que é feito de fontes renováveis. Sebastien Remy, diretor do programa de combustível alternativo da Airbus, afirma também que o GTL utilizado hoje não emite menos CO2 (dióxido de carbono) que o combustível convencional. Mas produz menos enxofre.
Entretanto, para Remy, esse é apenas o primeiro passo rumo ao desenvolvimento do BTL (biomass-to-liquid), que pode utilizar de madeira até grãos.
O A380 fez o trajeto entre a base da empresa em Filton, na Inglaterra, até Toulouse, na França. O vôo durou três horas. O combustível utilizado, uma mistura com 60% de querosene comum para aviação e 40% de GTL, foi colocado em um dos quatro motores do A380
O primeiro Airbus A380 entrou em operação pela Singapore Airlines no ano passado, depois de um atraso de 18 meses causado por problemas técnicos. Como forma de explorar a preocupação mundial em torno das questões climáticas, a Airbus já apelidou o modelo de "gigante verde manso".