Curitibano lança ar comprimido "limpo" com baixo custo

O empresário curitibano Ronilso José Antunes desenvolveu um equipamento capaz de gerar ar comprimido isento de óleo, que custa a metade do preço dos utilizados atualmente.
 

Foto: Ciciro Back

Por serem caros demais, algumas empresas optam por equipamentos mais em conta, mas que geram ar com resíduos de óleo e a substância pode ir parar nos alimentos industrializados, por exemplo, durante o processo de produção.

Essas máquinas mais baratas possuem filtros e obedecem padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas o perigo da contaminação não desaparece, lembra Ronilso, já que acidentes podem acontecer.

O ar comprimido é uma das energias mais utilizadas no mundo todo para mover equipamentos, ao lado da energia elétrica, usadas em vários tipos de indústria.

No entanto, os compressores mais baratos utilizados hoje produzem ar comprimido com resíduos de óleo. Ronilso explica que a substância é colocada para lubrificar as peças móveis da máquina e acabam em algum momento do processo tendo contanto com o ar.

Ele explica que existem filtros para eliminar o problema e os fabricantes seguem padrões estabelecidos pela OMS, não oferecendo riscos à saúde das pessoas. Mesmo assim, diz que os riscos de contaminação continuam existindo.

Durante dois anos ele pesquisou o equipamento e diz que um compressor que produz ar totalmente livre destas substâncias no mercado hoje custa o dobro do seu. O equipamento que ele produz pode ser vendido por cerca de R$ 50 mil e os usados atualmente chegam a mais de R$ 100 mil.

O compressor radial de alta pressão criado por ele não utiliza o óleo. O ar é sugado da atmosfera por um sistema semelhante a um ventilador, movido a energia elétrica.

Ronilso também inventou um booster, equipamento que aumenta a pressão do ar. A máquina também não polui o ar comprimido durante o processo. Ele utiliza apenas água.

 “A cada ciclo a água é bombeada para um vaso de pressão que contém o ar comprimido, assim que a água entra neste vaso, expulsa o ar para outro vaso de pressão, obtendo-se a pressão necessária. Entra água e sai ar comprimido puro”, explica.

O equipamento é capaz de atingir até 30kg/cm quadrado. “Nesta faixa de pressão, o equipamento se destina a fornecer ar para o sopro das garrafas PET, entre outras”, diz.

O protótipo do booster já está pronto e o equipamento já pode ser comercializado. Uma empresa que tem fábricas no Brasil e na China já se interessou pelo invento que está sendo patenteado. Além disto, daqui a 90 dias o protótipo do compressor estará pronto.

Ronilso fala ainda de outra vantagem do equipamento. Como não utiliza óleo, não há resíduos decorrentes da troca do material. Empresas que estão implantando ISO 14000 estão entre as mais interessadas. “Para elas, quando menos poluentes o processo produtivo gerar melhor.”


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