Com investimentos de R$ 100 milhões, o Grupo Itavema (conhecido pelas distribuidoras de veículos, e com faturamento de R$ 4 bilhões em 2007) dá a partida no operações da Dafra Motos, mais nova marca brasileira de motocicletas.
A maior parte do capital foi injetado na construção da fábrica em Manaus (AM), que tem 100 mil metros quadrados. Os 300 funcionários já trabalham para bater a meta de 60 mil motos fabricadas este ano.
De olho no crescimento do setor de duas rodas e, principalmente, nas classes C e D, a Dafra apostou em modelos de até 250 cc, com design atual, preço competitivo e possibilidade de aquisição por meio de financiamento.
"Nossa meta é fecharmos 2012 com 400 mil motos vendidas. Com um mercado crescendo mais de 15% ao ano, estimamos que, até lá, teremos 10% do setor", afirmou Mário Sergio Franco, diretor-geral do Grupo Itavema.
Segundo ele, a Dafra deve produzir 60 mil motos em 2008 e 90 mil em 2009: "Nossa filosofia é crescer de forma contínua e sustentável. Vamos investir na ampliação da capacidade de produção da fábrica, consolidação da marca e no desenvolvimento de novos produtos que se adaptem à preferência dos consumidores".
O público-alvo da Dafra é composto por assalariados que usam a motocicleta como meio de transporte cotodiano e também para o lazer -- além de jovens que utilizam o veículo para ir à faculdade, por exemplo. "Queremos oferecer independência de locomoção e ampliar a auto-estima de nossos clientes", disse Franco.
Os produtos
Inicialmente a Dafra produzirá e comercializará quatro modelos (três motocicletas e um scooter). O modelo street, a Speed 150, que poderá representar 40% das vendas da empresa, chegará ao consumidor final com preço de R$ 4.990.
O portfólio da montadora ainda conta com um modelo street básico de 100 cc (Super 100, a R$ 3.290), um scooter (Laser 150, a R$ 5.990) e uma custom (Kansas 150, a R$ 5.590), também de 150 cc. A montadora promete ainda para esse ano uma outra custom -- só que com 250 cc -- e três quadriciclos (50 cc, 150 cc e 250 cc).
Os principais parceiros asiáticos da Dafra são Loncin, Lifan e Zongshen. Importadas da China em lotes CKD ("completely knocked down", ou seja, totalmente desmontadas), as motos foram testadas por técnicos brasileiros. Disso resultou que mais de 60% do modelo Speed foi alterado, para adequação ao gosto do brasileiro. As principais modificações ocorrem no chassi, design, suspensão e motorização.
Pontos de venda
A Dafra promete ter, até março, 170 pontos de atendimento. Ainda antes do início da comercialização de seus produtos, no dia 7 de fevereiro, a capital paulista ganhará, de uma só vez, 25 pontos de venda; o Rio de Janeiro, mais 15; Campinas (SP), sete; e a região do Vale do Paraíba, três. Em 2009, a nova montadora afirma que terá 220 pontos de venda.
Para as operações de crédito ao consumidor, a Dafra é o primeiro fabricante de motocicletas a ter um banco associado (o Itaú). Neste início de operação, as motos podem ser adquiridas em 39 parcelas. "Além de ampliar a capilaridade do Itaú no financiamento de motos, o acordo com a Dafra nos permite manter a comodidade atendimento diferenciado para o cliente", disse Marco Bonomi, vice-presidente executivo do Itaú.
Além do investimento no ponto de venda e na rede de serviços, a empresa compromete-se a manter um estoque de peças compatível com o volume de motos comercializadas. O centro de distribuição de peças da Dafra fica em Barueri, na Grande São Paulo, num armazém de mais de 10 mil metros quadrados operado pela Tegma, outra empresa do Grupo Itavema.
Laboratório
A Dafra também está investindo R$ 5 milhões num laboratório de controle de emissão de poluentes, a ser instalado em Manaus até junho próximo. A iniciativa permitirá maior velocidade no lançamento de novos modelos, além de alinhar a empresa às novas regras de emissão de poluentes (Euro3) que passam a vigorar em 1º de janeiro de 2009. A empresa já firmou parceria com a Delphi, que fornecerá o sistema de injeção eletrônica de combustível.
Simultaneamente à sua instalação no Brasil, a Dafra está investindo no desenvolvimento de novos produtos, com parceiros estrangeiros. "Teremos uma progressiva nacionalização de peças e componentes", encerrou Creso Franco, presidente da Dafra Motos.