Fonte: O Estado de São Paulo - 20/03/07
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno,anunciou na segunda-feira, 19, plano conjunto do banco, Brasil e Estados Unidos de criar, ainda este ano, um fundo de investimento para financiar projetos de biocombustíveis, que sirva também para estimular o desenvolvimento do mercado de etanol. "É importante que a produção cresça, pois é a única forma de o combustível se tornar commodity."
Moreno informou que o volume de recursos a serem disponibilizados no fundo está em discussão. "Estamos trabalhando com Brasil e Estados Unidos para ver como poderemos criar o fundo para promover esse tipo de projeto", limitou-se a dizer.
Ele ressaltou que o banco também vai operar em outras frentes, como o financiamento de pesquisa e desenvolvimento e a criação de infra-estrutura para produção de etanol nos países interessados. "E, certamente, ajudar em projetos de biocombustíveis."
A questão das tarifas americanas que incidem sobre a importação do álcool brasileiro, para Moreno, precisa ser resolvida. Para ele, o Brasil adotou posição correta ao pedir a derrubada dos impostos e os EUA precisam ceder. "Se estamos realmente interessados em fazer esse mercado crescer, não vejo razão para o mercado americano manter os impostos."
Banco do Sul
Apesar da desconfiança que a criação do Banco do Sul tem causado, Moreno afirmou que a instituição pretende apoiar a iniciativa, da maneira que os países que encabeçam o projeto desejarem. "O importante é que ficaremos felizes em trabalhar com eles e gostaríamos de ajudá-los. Acho que esse é o nosso papel", disse, lembrando que o organismo nasceu a partir de iniciativa do presidente brasileiro Juscelino Kubitschek. "O BID é uma idéia do Brasil que foi abraçada pelos Estados Unidos naquela época."
Moreno disse não existir preocupação de que o Banco do Sul venha a ser instrumento de oposição a outros organismos multilaterais, especialmente os sediados em Washington, como o próprio BID e o Banco Mundial (Bird). "Os mesmos países (que estão no Banco do Sul) são acionistas importantes do BID."
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