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O setor metalmecânico no Brasil enfrenta um desafio significativo de formação e qualificação profissional para atender à crescente demanda do mercado. Segundo o Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o país precisará qualificar 14 milhões de trabalhadores em ocupações industriais nos próximos quatro anos.
Entre os segmentos mais críticos, o setor metalmecânico projeta que serão necessários 3.280.012 profissionais até 2027, incluindo novas contratações e requalificação de trabalhadores. Na operação industrial, devem ser abertas 3.512.523 vagas. Em todo setor, a expectativa é que sejam abertos 38.852.338 postos de trabalho.
Esse cenário reflete não apenas a complexidade das operações industriais, mas também a relevância do setor para a economia nacional. O desafio se soma à redução no número de engenheiros formados no Brasil, que vem caindo consistentemente desde 2018, passando de 128.871 formados naquele ano para 95.607 em 2023, conforme dados do Censo da Educação Superior, do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp).
A diminuição no número de engenheiros formados agrava o cenário. Entre 2014 e 2021, o Brasil perdeu 150 mil estudantes matriculados em cursos de engenharia de acordo com a CNI. Comparativamente, enquanto o Brasil forma cerca de 40 mil engenheiros anualmente, países como Rússia e China formam mais de 450 mil no mesmo período, conforme dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).
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Em comunicado para a imprensa, o presidente do Seesp, Murilo Pinheiro, destacou a importância de estratégias que combinem quantidade, qualidade e empregabilidade. "Isso implica investimento na educação desde o ensino fundamental para que as crianças se interessem pelas ciências exatas e aprendam efetivamente. Além disso, é fundamental que as autoridades públicas da educação fiscalizem o funcionamento das instituições de ensino superior para que estas ofereçam aos seus alunos formação adequada e compatível com as exigências da atualidade, em acordo com as diretrizes já estabelecidas”, afirma.
Para especialistas, o investimento em formação continuada e na integração entre indústria e instituições educacionais é necessário para atender às exigências do mercado. Com projeções de aumento na demanda por profissionais qualificados, o Brasil precisa superar os desafios de formação e qualificação para evitar gargalos no setor metalmecânico e na operação industrial.
A necessidade de qualificação varia conforme a economia regional. Estados com forte presença industrial, como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amazonas, lideram a demanda. Confira os números detalhados:
*Imagem de capa: Depositphotos.com
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