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O Acordo de Associação Mercosul-União Europeia, concluído nesta sexta-feira (6), representa uma resposta efetiva ao desafio de agregar mais valor à pauta comercial brasileira em paralelo a uma política de modernização e evolução industrial do país. Ao estabelecer uma das maiores áreas de integração econômica do mundo, abrangendo um mercado de mais de 750 milhões de consumidores, com participação de 17% da economia global e 30% das exportações mundiais de bens, o acordo criará bases para integrar a economia brasileira a cadeias de valor de forma mais robusta e competitiva.
O acordo é resultado de um longo processo de negociação iniciado em 1999. Após avanços significativos ao longo dos anos, as negociações foram concluídas preliminarmente em 2019. No entanto, a ratificação e implementação do acordo ficaram paralisadas devido a preocupações levantadas por ambas as partes, principalmente relacionadas a questões ambientais e de sustentabilidade. Em 2023, as negociações foram reabertas com o objetivo de abordar essas preocupações e buscar um consenso equilibrado.
Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acordo traz como potenciais benefícios a diversificação das exportações, a ampliação da base de parceiros comerciais e o fortalecimento da competitividade do Brasil em nível global. Negociado com foco em princípios de equilíbrio e sustentabilidade, o acordo tem potencial de impulsionar a produtividade e ampliar a integração internacional da indústria brasileira, promovendo ganhos econômicos e sociais de longo prazo.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destaca que o acordo é um marco estratégico para o Brasil, por conectar a economia brasileira a um dos principais blocos econômicos do mundo, criando oportunidades para agregar valor à pauta exportadora e fortalecer a indústria do país contribuindo para um crescimento econômico.
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“Além de diversificar nossas exportações e ampliar a base de parceiros comerciais, elevando o acesso preferencial brasileiro ao mercado mundial de 8% para 37%, o acordo trará uma inserção internacional alinhada com a agenda de crescimento inclusivo e sustentável, o que é essencial para garantir ganhos econômicos e sociais de longo prazo, e reforçar a competitividade global do Brasil”, afirma Alban.
O acordo representará um passo importante para reverter o processo de re-primarização das exportações nacionais. Com a abertura do mercado europeu, aproximadamente 97% das exportações industriais brasileiras ao bloco terão tarifa zero assim que o acordo entrar em vigor. Essa medida incentivará a indústria do Brasil a exportar bens de maior valor agregado para um mercado altamente competitivo, com um PIB per capita de US$ 40,8 mil, fortalecendo a presença do país em cadeias globais de valor e promovendo a diversificação da pauta exportadora.
Outro impacto relevante está na criação de empregos. Em 2023, a cada 1 bilhão de reais exportado para o bloco europeu, foram criados 21,7 mil empregos, superando mercados como o chinês, que abriu 14,4 mil empregos por bilhão de reais exportado.
Para a CNI, o acordo entre Mercosul e União Europeia representa uma oportunidade histórica para reposicionar o Brasil no comércio global, estimulando a produtividade e a competitividade da indústria de maneira sustentável.
*Imagem de capa: Depositphotos.com
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