Fabricantes de pneus anunciam investimentos que somam R$ 4,5 bi no Brasil

Somados, os investimentos das fabricantes têm o potencial de criar até 4,7 mil empregos diretos

O Brasil está prestes a receber um grande investimento da indústria de pneus, com planos que somam R$ 4,5 bilhões e a criação potencial de 4,7 mil empregos diretos. De acordo com Eduardo Laguna, do Broadcast do Estadão, as empresas LingLong e Sailun Tyre estão na linha de frente dessa expansão, explorando terrenos e negociando incentivos com autoridades locais em várias regiões do país.

A Sailun Tyre está em negociações avançadas para instalar uma fábrica de R$ 2 bilhões, que promete criar 2 mil empregos diretos. Estados como Santa Catarina, Paraíba, Paraná e Pernambuco estão na disputa para sediar essa nova planta.

Enquanto isso, a LingLong, planeja investir cerca de R$ 1 bilhão em uma nova unidade, e recentemente enviou uma delegação ao Brasil para avaliar possíveis terrenos em Sete Lagoas e Pouso Alegre, em Minas Gerais, além de outros locais no Nordeste. Além disso, a empresa já expressou a intenção de iniciar a produção no Brasil em 2026, com uma expectativa de gerar aproximadamente 1,2 mil empregos diretos.

Já a XBRI Pneus, que atualmente terceiriza sua produção em países como Tailândia, Vietnã, Turquia, Camboja e China, lidera com um projeto avaliado em R$ 1,5 bilhão. O objetivo da XBRI é construir uma fábrica em um local estratégico, de preferência próximo às montadoras, para garantir o fornecimento eficiente de pneus.

Esses investimentos chegam em um momento em que a participação dos pneus importados no mercado brasileiro atingiu 59% nos primeiros cinco meses de 2023. Diante disso, a indústria local tem pressionado o governo federal por um aumento no imposto de importação, visando limitar a entrada de concorrentes estrangeiros. Mesmo com as tarifas antidumping já em vigor, as fabricantes estrangeiras continuam a conquistar uma fatia significativa do mercado.


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Com a proximidade das montadoras locais e a perspectiva de reduzir os prazos de entrega, as fabricantes chinesas enxergam o Brasil como um ponto estratégico para a expansão de seus negócios.

A instalação dessas novas fábricas pode não apenas fortalecer o mercado de reposição, mas também ampliar o fornecimento para montadoras, como a BYD, que já opera com esses fornecedores na China e que está prestes a iniciar sua produção na antiga fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia.