Notícias
No primeiro trimestre de 2024, o Indicador de Custos Industriais (ICI), que mensura os custos da indústria de transformação brasileira, registrou queda de 1,0% ante o quarto trimestre de 2023. A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o indicador vinha em trajetória de queda há cinco trimestres, mas que foi interrompida por um avanço no último trimestre do ano passado. O retorno desse movimento de queda foi causado pelo recuo de dois dos três componentes do ICI: o custo da produção, que caiu 1,4%; e o custo de capital, que registrou queda de 2%.
“A queda é positiva, pois significa menos custos para o empresário da indústria de transformação. Mas, quando comparamos com o primeiro trimestre de 2020 (antes da pandemia), os empresários industriais ainda enfrentam um cenário de custos elevados para manter profissionais, para conseguir capital de giro e para continuar produzindo”, explica a economista da CNI, Paula Verlangeiro.
O Indicador de Custos Industriais do primeiro trimestre de 2024 está 28,8%, acima do patamar pré-pandemia.
O índice de custo com capital caiu 2% no primeiro trimestre de 2024 e, com isso, o indicador registrou queda pelo quarto trimestre seguido. Esse foi o componente do ICI que mais recuou no período e é reflexo das quedas da taxa Selic, que sofreu seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual de agosto de 2023 a março de 2024.
O índice que mensura o custo com a produção industrial caiu 1,4%, após ter apresentado alta no quarto trimestre de 2023. Ao analisar os três componentes do custo com produção, dois deles apresentaram queda enquanto um apresentou alta no primeiro trimestre de 2024.
O componente custo com pessoal recuou 3,5%, movimento típico para o período, e foi o que mais contribuiu para a queda do índice de custo com produção. Essa diminuição foi puxada pela queda de 3% da massa salarial no início do ano, enquanto o emprego avançou 0,5% no primeiro trimestre.
Continua depois da publicidade |
Os custos com bens intermediários caíram 1% devido à queda, em mesma magnitude, tanto do custo com bens intermediários nacionais como também dos custos com bens intermediários importados.
Por último, o componente de custo com energia foi o único que subiu no trimestre, com alta de 2,1%. Foi registrada alta de 3,1% no custo com energia elétrica, avanço de 0,6% para óleo combustível e aumento de 2% do custo com gás natural.
O custo tributário, mensurado pela soma dos tributos federais e estaduais pagos pela indústria divididos pelo PIB industrial, avançou 1,7% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023.
Nesse período, segundo a CNI, é normal observar a arrecadação menor devido a fatores sazonais, como férias coletivas e desaceleração de negócios após o fim do ano. Esses fatores contribuem para uma atividade econômica menor no primeiro trimestre, com geração de receitas reduzida, o que afeta a arrecadação de impostos.
No entanto, como a queda do PIB industrial foi maior que a queda dos tributos totais, o indicador aumentou na comparação entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2024.
Gostou? Então compartilhe:
Faça seu login
Ainda não é cadastrado?
Cadastre-se como Pessoa física ou Empresa