A filial brasileira da Würth, especializada em peças de fixação, ferramentas e produtos químicos, prepara-se para investir R$ 200 milhões no país no ano que vem. O objetivo da companhia é aplicar estes recursos em aquisições e, assim, manter o ritmo de crescimento no faturamento verificado desde 2003, de 30% ao ano. O investimento é fruto da evolução consecutiva dos resultados no país, que já é o que mais cresce entre os 86 em que a alemã Würth está presente.
O grande mercado da empresa alemã é o automotivo, que representa aproximadamente 70% dos resultados no Brasil. No entanto, o presidente da Würth no país, César Alberto Ferreira, credita o crescimento continuado à estratégia de vendas e não somente ao aquecimento da indústria automotiva brasileira.
"Mudamos nossas estratégias nos últimos cinco anos. Com isso, passamos a ter 1.500 vendedores, o triplo do tínhamos em 2003", declara. Ferreira estima contratar mais 500 funcionários no ano que vem como parte da tática de expansão com foco no aumento das vendas. Além da ampliação de pessoal, a Würth comprou duas empresas no ano passado, a Winner (aerosol) e a W.Diesel (fixação). Os dois negócios contaram com investimento total de R$ 70 milhões.
"O grupo adquiriu mais de cem companhias nos últimos 12 anos", lembra Ferreira. Segundo ele, faz parte da estratégia traçada pelo fundador da empresa, Adolf Würth, o crescimento por meio de aquisições. Aliás, de acordo com o executivo, o desempenho no Brasil tem empolgado o criador da companhia. "A matriz injetou R$ 12 milhões na nossa unidade para construirmos um centro de treinamento", afirma Ferreira ressaltando que não se trata de um financiamento.
A pretensão de comprar duas companhias no ano que vem está focada no fornecimento de produtos às indústrias. Das três áreas de atuação, a Würth é mais forte em duas delas: fixação e ferramentas. Todas destinadas às indústrias. O segmento de fixação engloba porcas, parafusos e arruelas, enquanto que a de ferramentas possui lixadeiras, medidores, entre outros.
Com o aporte de R$ 200 milhões, a unidade brasileira pode passar de 16ª para 10ª colocada no ranking de faturamentos do grupo até 2011. A previsão para este ano é de faturar mais de R$ 350 milhões no país. Já o resultado global deve ser de ? 8,5 bilhões.
As três principais áreas de atuação da Würth apresentam crescimentos semelhantes, 30% ao ano. Na opinião de Ferreira, a capilaridade e os focos diferenciados da empresa têm auxiliado no desempenho dos últimos anos. Entre os concorrentes estão: 3M, Bosch, WD-40, Henckel e uma "infinidade" de fabricantes de parafusos, porcas e arruelas.
Com o objetivo de ampliar a competitividade, a Würth também tem importado mais peças para o Brasil. Neste ano, a companhia trouxe de 30% a 40% mais equipamentos de suas unidades no exterior. Para 2008, a previsão é de que aumente 50%. "Importamos produtos de maior valor agregado, pois a moeda é favorável. Nosso objetivo é baratear nossos custos de produção para concorrermos de igual para igual com os chineses", diz Ferreira.
Segundo ele, a briga é saudável. "Nosso objetivo é nos diferenciarmos por meio do suporte e da proximidade que temos com os nossos clientes", diz o executivo.
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