Consórcio liderado pelo ON inicia atividades em projeto relevante na área de cosmologia.
Pesquisadores de cinco instituições científicas e de ensino brasileiras reúnem-se no Rio de Janeiro nos próximos dias 19 e 20, no Observatório Nacional (ON), instituição ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), para dar início a sua participação em um dos projetos de maior relevância já desenvolvidos na área de cosmologia: o Dark Energy Survey (DES).
Esses cientistas fazem parte de um grupo batizado de DES-Brazil, que se juntou a outras quinze instituições norte-americanas e européias, liderado pelo Fermilab e pelo National Center for Supercomputing Applications (NCSA).
No Brasil, o ON lidera o grupo formado também pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCT) e pelos institutos de física das universidades federais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
O objetivo principal do projeto é estudar a natureza da energia escura, considerada pela revista Science como um dos dez maiores problemas da física moderna. A observação mostra que ela existe, só que os cientistas ainda não sabem dizer do que realmente se trata. Sobre ela, Einstein chegou a elaborar a teoria da constante cosmológica, que depois veio a considerar o maior erro de sua vida. As teorias mais recentes, porém, mostram que ele poderia estar certo.
Não obstante a importância do assunto, o impacto do projeto também será muito grande nos demais estudos de astronomia. Isso porque projetos desse tipo já permitiram observar um número de galáxias na ordem das centenas de milhares.
Em seus cinco anos de duração, a partir de 2010 o DES vai ampliar esse número para algo em torno de 300 milhões. Isso significa que estaremos vendo galáxias mais distantes e, portanto, mais próximas da origem do Universo. É principalmente aí que entra a participação brasileira.
Com apoio da Financiadora de Estudos e proejtos (Finep/MCT), da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do MCT, o DES-Brazil está desenvolvendo um software, o Astrosoft, capaz de gerenciar todos os dados gerados pelo projeto.
"A participação no DES representará uma nova forma de realizar pesquisa nas áreas de astronomia e cosmologia, pela quantidade gigantesca de dados que produzirá, envolvendo profissionais de astronomia, física e informática", afirma o coordenador do DES-Brazil, Luiz Nicolaci da Costa.
O DES vai exigir um investimento da ordem de US$ 30 milhões. As observações serão feitas no telescópio Blanco, no Chile, que está sendo reformado especialmente para o projeto.
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