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A implementação total da bioeconomia no Brasil pode resultar em um faturamento adicional de US$ 284 bilhões/ano para a indústria, o que representa, basicamente, um acréscimo de 37% no PIB brasileiro só com produtos da inovação baseado em produtos biológicos e renováveis, segundo a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI).
A constatação foi apontada durante atualização do estudo Identificação das Oportunidades e o Potencial do Impacto da Bioeconomia para a Descarbonização do Brasil, apresentada no estande Confederação Nacional da Indústria (CNI) durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai. Lançado inicialmente em 2021, o estudo é uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Agroenergia), o Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR/CNPEM), o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI/CETIQT) e o Laboratório Cenergia/UFRJ.
Na versão atualizada da pesquisa, que levou em consideração os setores de bioquímicos, biocombustíveis, proteínas alternativas e um agrupamento de diversos outros setores, incluindo agricultura, também foi identificado o potencial de recuperação de 108 milhões de hectares de áreas degradadas até 2050, equivalente a cerca de três vezes o tamanho da Alemanha.
Para atingir tais resultados, esse processo deve ser apoiado pela promoção de políticas públicas que considerem as particularidades e vantagens competitivas brasileiras no contexto de transição para uma economia de baixo carbono - cerne da bioeconomia, uma espécie de aliança entre biodiversidade com tecnologia e inovação.
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Além da relevância socioambiental, esse modelo de produção também traz oportunidades para o Brasil em um contexto de transição para uma economia de baixo carbono.
Mas, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia e do Instituto Amazônia+21, Marcelo Thomé, os resultados somente serão atingidos quando houver uma boa governança. “Uma série de medidas precisam estar estruturadas tanto do ponto de vista do financiamento quanto do componente tecnológico para que a inovação chegue na ponta. Superados esses desafios, a gente esbarra na questão do risco reputacional e na capacidade de nos organizarmos para termos uma boa governança entre setor público, setor privado e setor financeiro”, diz.
*Imagem de capa: Depositphotos
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