Fonte: Carbono Brasil (www.carbonobrasil.com.br) - 13/03/07
O Banco Mundial informa, em um relatório liberado recentemente, que o mercado internacional de carbono negocia, até agora, mais de 25 milhões de dólares por ano e que as negociações de emissões quadruplicaram em 2006. O último ano, alias, foi do crédito de carbono - o mercado nunca esteve tão aquecido no comercio de emissões antes. A grande maioria das negociações foi dominada pelo mercado europeu (EU ETS).
Os países em desenvolvimento também participam com o desenvolvimento de projetos de energia limpa, que contam como créditos nos mercados estrangeiros de negociações de emissões. Na última contagem, havia mais de 2 mil projetos de geração de créditos de carbono. Isso significa que países em desenvolvimento, empresários, setores públicos e privados têm encontrado seus meios de reduzir emissões.
A explosão de interesse pelo crédito de carbono está associada ao retorno monetário proveniente da redução de emissões. A China é o país com maior número de projetos, seguida da Índia e do Brasil.
Para todos os países que desejam limitar suas emissões, um esquema de negociação pode ser a espinha dorsal de uma política nacional contra o aquecimento global porque permite uma alocação eficiente das reduções de emissões - o que torna mais fácil atingir qualquer objetivo de custo mais baixo, faz com que os mercados funcionem bem e pode requerer medidas como a obrigação de mostrar o consumo dos eletrodomésticos, etc.
A experiência de negociação européia foi examinada de perto e abertamente criticada como um fracasso. Um anos atrás a tonelada de créditos de carbono era negociada a 30 euros, três vezes o valor de quando o sistema foi lançado em 2005. Agora, a tonelada de CO2 pode ser comprada por 1,50 dólar.
Richard Kinley, secretário-executivo da Convenção Quadro da Nações Unidas para Mudanças Climáticas, explica o que se pode aprender com o modelo europeu: “Eu acredito que a maior e mais importante lição é a de que é extremamente importante pegar a alocação inicial correta”, afirma. “Um bom equilíbrio projeta o que aquela alocação vai ser; mas, se há muitos créditos, o preço cai e o sistema não funciona corretamente”, avalia. “Se há poucos, os preços sobem tanto que geram problemas no sistema do mesmo jeito”, completa.
Karan Capoor, do Banco Mundial diz que quando os países estabelecem um sistema nacional de negociações, precisam pensar na compatibilidade com outros mercados de carbono. “Eu realmente acredito que seja um imperativo para os países propor esquemas que sejam de fato compatíveis, não idênticos, mas compatíveis, com os esquemas de outros países”, afirma.
O Governo Australiano, por exemplo, planeja criar um mercado de negociação de carbono; e o Banco Mundial diz que qualquer novo esquema nacional deverá ser compatível com que já estão em operação.