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A Vestas, empresa dinamarquesa e líder na produção de turbinas eólicas, pretende expandir a unidade da companhia no Ceará, localizada em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza. De acordo com publicação do Diário do Nordeste, Leonardo Euler de Morais, vice-presidente da companhia para assuntos institucionais e governamentais na América Latina, disse que a ampliação não está ligada à construção de uma segunda unidade no Ceará.
“Não estamos falando de uma nova fábrica, mas não significa dizer que não estamos estudando novos investimentos em um parque fabril onde estamos. Estamos estudando, mas ainda não temos uma decisão definitiva a respeito disso, a gente segue sem dúvida acreditando nesse potencial, caso contrário não estaríamos estudando", afirmou Morais.
Embora a comitiva do governo do Ceará já tenha acompanhado o funcionamento de eólicas offshore em 2021, que são turbinas instaladas em alto mar para aumentar a eficiência de produção de energia, Morais afirmou que o investimento em geração de energia em alto-mar deve ser intensificado apenas na próxima década.
“Digo isso porque em um projeto onshore, enquanto você fecha com o seu cliente, você vai entregar 18, 24 meses depois. No projeto offshore, a gente está falando de cinco anos em média. Então, dado que tem todas essas etapas do arcabouço legal e depois todo o procedimento relacionado através de um leilão, a cessão do direito de uso do bem público, a gente entende que esses projetos estarão operando na próxima década apenas. O que a gente entende é que offshore é muito diferente de onshore em termos de escala e também de complexidade”.
O vice-presidente da empresa completou ressaltando a importância da infraestrutura portuária no estado para atrair investimentos para novas fábricas.
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“Acho que o Porto do Pecém tem feito esforços importantes para atrair não só os fabricantes de turbinas eólicas, mas também fornecedores da cadeia de valor. Dialogamos recorrentemente com as autoridades, entendemos que o Estado tem colocado essa questão da transição energética de maneira mais ampla no centro das suas políticas públicas”.
A crescente demanda por energia renovável deve incentivar a desburocratização de leis nacionais que favorecem a importação de turbinas eólicas em detrimento das peças produzidas no País, segundo Leonardo.
"Temos aproximadamente 19 fábricas ao redor do mundo, e a Vestas continua estudando possibilidades de investimento, mas hoje em dia existem regras e incentivos tributários que favorecem mais a importação de turbinas do que a produção local. Por exemplo, turbinas importadas que tenham potência acima de 3,3 MW entram no Brasil sem impostos, e a menor turbina fabricada no Brasil é justamente a da Vestas de 4,5 MW"
Leonardo Morais também disse que é preciso rever regras da competição com o mercado exterior de energia. "É preciso rever também regras que hoje em dia desequilibram o campo de competição a favor da turbina importada, queremos uma competição isonômica, e para isso, queremos também que os concorrentes se instalem no Brasil e adensem essa cadeia de valor", ressaltou.
No Fiec Summit, a Vestas mostrou que estudos onshore apontam possível produção de 16 GW até 2026, com R$ 100 bilhões de valor bruto acrescentado à economia do Nordeste e cerca de 1,35 milhão de empregos gerados na região. Segundo a companhia, há potencial ainda de US$ 200 bilhões em geração de hidrogênio verde. A empresa afirmou também que para cada megawatt instalado no Nordeste, 11,3 empregos são gerados. O potencial onshore, conforme a companhia, é de produção de 500 GW. Já no offshore, a previsão é de pelo menos 700 GW.
*Imagem de capa: Depositphotos
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