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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirma que é a hora de mobilizar o Brasil por uma nova industrialização. "Depois de anos de declínio, temos uma oportunidade única, talvez a última dessa geração, de revitalizar o nosso setor e entregar ao Brasil tudo que uma indústria forte e dinâmica pode entregar a um país: desenvolvimento econômico e social, com inovação e geração de empregos de mais qualidade", disse.
O empresário tomou posse como presidente da CNI, no final de outubro (31), em solenidade em Brasília, à frente da nova diretoria, que exercerá mandato de 2023 a 2027. Alban lembra que o Brasil tem um governo e um Congresso novos, com consciência das oportunidades e dispostos a serem parceiros indispensáveis da neoindustrialização.
"Avanços tecnológicos, a digitalização da indústria 4.0, a nova economia verde e a revisão geopolítica das relações comerciais abrem oportunidades inéditas para a indústria no Brasil. Não podemos desperdiçá-las", explica.
Segundo Alban, a nova industrialização que se desenha também pede uma nova gestão na CNI. Ele reconheceu o bom trabalho feito pelas últimas gestões, como a do seu antecessor, Robson Braga de Andrade, e pretende intensificar os trabalhos da CNI para dar foco total nos eixos da neoindustrialização.
Ele lembra que a CNI não faz nada sozinha. "Precisamos de todos. Dos pequenos industriais do interior desse grande país aos grandes industriais brasileiros e globais, que precisam cerrar fileiras com a Confederação. Temos que pensar de forma sistêmica, internacional, nacional e regional", garante.
Em seu discurso, também destacam-se insights fundamentais para o desenvolvimento da indústria no Brasil. Alban enfatiza a importância de concluir as negociações do Acordo Mercosul-União Europeia, visando ao incremento no intercâmbio comercial de forma transparente, o que permitirá o desenvolvimento da política industrial do país.
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Ele ressalta que o desenvolvimento socioeconômico está intrinsecamente ligado aos avanços industriais, citando exemplos de nações que deram saltos de qualidade por meio da indústria, como a Inglaterra no século 18 e os países asiáticos no século 21. No entanto, Alban destaca que, além de incentivos, é crucial fornecer condições justas para competir, promovendo empregos de alta qualidade, inovação e integração nas cadeias globais de produção.
O presidente da CNI também reconhece a importância do crédito público e privado para impulsionar a indústria, ressaltando a necessidade de um diálogo construtivo com o sistema financeiro. Além disso, ele apoia reformas tributárias e administrativas para melhorar a eficiência do Estado e reduzir a carga tributária sobre a indústria.
Alban também enfatiza o fortalecimento do ecossistema de inovação, especialmente no que diz respeito a startups industriais, e a necessidade de qualificar os trabalhadores para a neoindustrialização.
Esses insights refletem as prioridades da indústria brasileira, buscando condições competitivas, reformas estruturais e investimentos em inovação e qualificação de mão de obra.
A prioridade de Alban à frente da CNI será no aumento da competitividade e da produtividade das indústrias no Brasil. "A indústria brasileira vem perdendo a capacidade de competir nos mercados globais, o que é retratado de forma cristalina na nossa produtividade. A produtividade da indústria de transformação brasileira caiu quase 1% ao ano desde 1995. Enquanto cada hora trabalhada no Brasil gerava R$ 45 em produtos em 1995, hoje ela gera só R$ 36", avalia. Segundo ele, o Brasil tem o que precisa para dar o salto de qualidade:
"Temos, nós todos aqui, industriais resilientes, calejados, corajosos, dispostos e capazes de enfrentar tantas dificuldades para produzir, gerar e distribuir riqueza pelo Brasil. Sempre contando com a imprescindível cumplicidade de todos os colaboradores industriais, que completam a relação capital e trabalho", diz Alban.
O novo presidente da CNI afirma que, de sua experiência como presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), ele levará o diálogo, o aumento da eficiência e das entregas e a missão fundamental de atender à indústria. "Vamos transformar esse país pela indústria. A CNI está pronta para caminhar nesse grande objetivo, sempre ao lado de todas as indústrias no Brasil, com suas lideranças setoriais e regionais, e toda a nossa força de trabalho. Acreditem, vale a pena", afirma Alban.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) destacou o papel da CNI na representação da indústria para o desenvolvimento do país. Para os próximos meses, ele disse que a Casa trabalhará na formulação de políticas públicas e melhorias legislativas que contribuam para um arcabouço legal que traga segurança jurídica e que remova os entraves ao crescimento dos diversos setores da economia. Essa agenda inclui medidas de desburocratização e de simplificação de regras que melhorem o ambiente econômico.
“É obrigação moral reconhecer a contribuição da CNI e da indústria para o país. Em 2022, a indústria era quase 24% do PIB. E mais do que isso, é responsável por milhares de postos de trabalho e pelo recolhimento de grande parte dos impostos, que sustentam o setor público. Por isso, enfatizo a relevância do setor e a necessidade de apoiá-lo de todas a formas que for preciso”, disse o parlamentar.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil terá uma indústria verde e será o protagonista da agenda de descarbonização. Segundo ele, os biocombustíveis chegarão a 15% da mistura do diesel e o etanol pode passar de 27% para 30% da composição da gasolina, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa.
Na pauta do clima, ele destacou que o Congresso Nacional já está votando a proposta que regula mercado nacional de carbono, as eólicas offshores e o novo PADIS, regime de incentivos fiscais para a produção de semicondutores e de materiais utilizados na geração de energia solar. Lembrou, ainda, que o governo deve anunciar o projeto que institui a depreciação acelerada, medida essencial para acelerar a renovação do parque industrial.
“Já instalamos o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial e estamos trabalhando em uma nova política industrial. O BNDES terá R$ 60 bilhões para inovação, pesquisa e desenvolvimento e digitalização, além dos recursos não-reembolsáveis. E quero agradecer a Câmara por ter votado pela TR, com juros negativos, estimulando a inovação e o desenvolvimento do nosso país”, disse.
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