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A nova fase do programa Rota 2030, que agora em seu seu segundo ciclo passa a se chamar Programa Mobilidade Verde e Inovação, conduziu as discussões na 8ª edição do Seminário de Manufatura Avançada, da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).
Adriano Barros, diretor de Relações Públicas e Governamentais da General Motors América do Sul, lembrou que os investimentos em P&D decorrentes do Rota 2030 chegaram a R$ 4,37 bilhões em 2022. O Brasil, na sua avaliação, pode ser líder global no processo de descarbonização da mobilidade e logística. "Um dos grandes talentos do país é o setor automotivo. Poucos países têm tantas fábricas e a capacidade de engenharia automotiva como a brasileira. Temos de aproveitar e agregar valor à produção", comentou Barros, para quem o risco do Brasil não é recessão, mas sim subdesempenho: “Já temos projetos do berço ao túmulo e podemos ser protagonistas quando o tema é descarbonização".
Responsáveis por eixos do Rota 2030 também divulgaram novos projetos em curso. Da Fundação de Apoio da UFGM (Fundep) Ana Elisa Braga, da linha IV - ferramentarias brasileiras mais competitivas -, revelou que a ideia para o ciclo 2 do programa automotivo é aproveitar as empresas que já estão no sistema, otimizando demandas e ofertas para ganhos em escala: “Para reduzir ociosidade e ter uma estrutura fabril mais coerente, é fundamental que as ferramentarias passem a trabalhar de forma conjunta”, sentenciou. Na linha referente a biocombustíveis, segurança e propulsão alternativa, Ana Luísa Lage, também da Fundep, acrescentou que no ciclo atual são 76 projetos, dos quais 26 de biocombustíveis, envolvendo um aporte de R$ 173 milhões. No ciclo 2, serão três frentes: impulsionamento de projetos, juntando, por exemplo, os relativos a baterias, projetos estruturantes estratégicos e capacitação e mão de obra. Sobre a linha 6, relativa à conectividade veicular e iniciada há apenas um ano, estão sendo selecionados projetos que envolvam temas como meio ambiente e descarbonização, cidades inteligentes, proteção de dados e manutenção preditiva.
Representantes de fornecedores das áreas de aço, alumínio, polímero e pneus, abordaram a temática de sustentabilidade. André Andrade, da Usiminas, destacou o fato de a indústria do aço contribuir com 4% das emissões no Brasil, índice que varia de 6% a 8% no mundo. Leandro Campos, gerente geral da Companhia Brasileira de Alumínio, abordou o tema alumínio verde, enfatizando o potencial de consumo de alumínio de baixo carbono no setor automotivo local. “No Brasil, um carro carrega em média 28 kg de alumínio. Nos EUA, são 90 kg. A substituição de 1 kg de aço por 1 kg de alumínio equivale a 20 kg a menos de CO2 emitido no caso de um automóvel”.
O Seminário de Manufatura da AEA foi encerrado por Leonardo Amaral, gerente de Compliance da Stellantis. Ele aproveitou a oportunidade para destacar a importância dos investimentos em nacionalização no processo de descarbonização do setor. De acordo com o executivo, as montadoras são obrigadas a importar pelo menos 20% dos componentes presentes num automóvel produzido no Brasil. “Só para citar um exemplo, a câmera de ré, disponível hoje em vários modelos, não tem produção local. Depende exclusivamente de importação", comentou.
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*Imagem de capa: Depositphotos
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