Modernização industrial terá impacto positivo da economia, salienta Cervone

Para Rafael Cervone, presidente do Ciesp, início do processo de modernização industrial em 2024 contribuirá para retomar competitividade do setor

Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), ressalta que o início do processo de modernização industrial em 2024, anunciado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin, contribuirá para a paulatina recuperação da sua competitividade e terá impacto positivo na economia nacional. “A medida atende a reivindicações do segmento, incluindo o estudo Diretrizes Prioritárias Governo Federal 2023-2026, produzido conjuntamente por nossa entidade e a Fiesp”, acentua.

Para Cervone, a depreciação acelerada, mecanismo inicial de fomento do parque fabril, terá duplo efeito de modo direto: “com os empresários podendo abater antecipadamente os investimentos em máquinas e equipamentos do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), haverá ganhos efetivos de competitividade, com a modernização das fábricas, favorecendo o advento da Indústria 4.0; e será estimulada a produção de bens de capital.”

O significado da indústria para a economia

Ademais - e muito importante -, é preciso lembrar o significado da indústria para a economia, pela quantidade e qualidade dos empregos que gera, aporte de inovação e tecnologia, valor agregado à pauta de exportações e aumento da participação brasileira no mercado global de bens mais sofisticados. “Nosso país só tem a ganhar com o fortalecimento e avanço da manufatura, que já representou mais de 25% do PIB nacional, mas hoje responde por 11,3%”, relata o presidente do Ciesp, avaliando que “essa retração do setor é uma das principais causas do nosso baixo crescimento econômico na média das últimas três décadas”.


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Cervone lembra que a indústria tem fator multiplicador de 2,15, o maior dentre todos os ramos de atividade. Isso significa que, a cada R$ 1 que produz, são gerados R$ 2,15 na economia. “Assim, o seu fortalecimento tem forte impacto socioeconômico, contribuindo para a inclusão, redução do desemprego e melhor distribuição de renda”.

O presidente do Ciesp também espera as aprovações da reforma tributária e do arcabouço fiscal, ainda este ano, no Congresso Nacional, pois isso propiciará patamares mais elevados para a aplicação da depreciação acelerada. Quanto maior for o equilíbrio das contas públicas, mais indústrias terão acesso aos abatimentos do IRPJ e da CSLL na compra de bens de capital, conforme esclareceram Haddad e Alckimin. “Outro aspecto importante para o sucesso ampliado do programa será a queda dos juros, pois as elevadíssimas taxas atuais inibem a busca por financiamentos”, conclui Rafael Cervone.