"Energia renovável tem mudado cenário de produção de energia", diz docente da USP

Roberto Simões Moreira está à frente de um curso inédito da USP que vai dar formação rápida de alunos na área de energias renováveis

“As energias renováveis têm mudado o cenário de produção de energia útil no mundo inteiro, e o Brasil não é diferente”, afirma o professor José Roberto Simões Moreira, dos programas de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Escola Politécnica e do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP). A instituição, por meio da Escola Politécnica, sediará a primeira Escola de Inverno da Associação de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM), com objetivo de dar formação rápida sobre energias renováveis. para alunos ou profissionais da área de energias renováveis.

Segundo o docente, o Brasil apresenta grandes vantagens na produção de energias renováveis e que algumas regiões já estão avançando no processo.

O que é energia renovável?

As energias renováveis podem ser classificadas como aquelas que são provenientes de recursos naturalmente reabastecidos. Considerando o atual cenário ambiental presente em todo o mundo, elas parecem ser mais essenciais que nunca. O professor explica que, por meio de alguns programas desenvolvidos na Escola Politécnica, é oferecida a oportunidade para o público que demonstra interesse na área. 

Outro aspecto interessante sobre a questão é o fato de as energias renováveis serem consideravelmente amplas. As mais conhecidas são a solar fotovoltaica - para a produção de energia elétrica - e a solar térmica - para o aquecimento de água. O especialista explica que a presença delas já é uma realidade no país, sendo possível observar diferentes imóveis, tanto residenciais quanto comerciais, que fazem a utilização dessa energia. 

A energia eólica também vem sendo desenvolvida, principalmente no Sul e no Nordeste brasileiros, por empreendimentos em fazendas e pela presença evidente de ventos. Além disso, a biomassa apresenta-se de forma relevante para o Brasil, já que, segundo Moreira, temos sucesso nessa área desde o choque do petróleo da década de 70, período em que o álcool e o etanol foram introduzidos nos combustíveis automotivos. 


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A questão do hidrogênio também será avaliada durante o evento. “Há muitas iniciativas na produção de gás hidrogênio para deslocar, vamos dizer assim, o carbono da economia.” Assim, durante o período da manhã, serão oferecidos cursos intensivos sobre essa temática e, durante a tarde, especialistas estão sendo convidados para debaterem sobre o mercado e para trazerem informações técnicas. 

Laboratório

Moreira reforça ainda que existem outras ramificações para as energias renováveis que apresentam diferentes utilizações e configurações. No Laboratório de Sistemas Alternativos e Renováveis estão sendo desenvolvidas duas linhas principais: a primeira está trabalhando o que conhecemos como “energia solar concentrada”, que é um simulador solar para que as pesquisas não fiquem presas à necessidade da presença do sol. A segunda apresenta um dispositivo separador supersônico de gás carbônico.

Além desses, um novo projeto será iniciado, o qual pretende estimular a produção de gás hidrogênio e black carbon a partir do gás metano.