Turbinas eólicas inspiradas em palmeiras são capazes de dobrar em furacões

O projeto pode ser um passo importante para ajudar a energia renovável a crescer e reduzir o custo da energia em até 20%

Engenheiros da Universidade da Virgínia desenvolveram lâminas de turbinas eólicas que podem dobrar facilmente em situações de furacão. As lâminas, segundo Eric Loth, professor de engenharia da Universidade, foram inspiradas na flexibilidade e leveza das palmeiras.

De acordo com a publicação da Fastcompany, o novo design, chamado Segmented Ultralight Morphing Rotor, ou SUMR, está voltado para o vento. Isso significa que não há problema se as lâminas dobrarem, pois não irão colidir com a torre. 

Turbinas eólicas gigantes, inspiradas em palmeiras, podem ser o futuro da energia renovável. Imagem: Divulgação/Universidade de Virgínia

“Deixamos que eles se alinhassem com as cargas de vento, e é mais um design natural e bioinspirado, por assim dizer”, explica Loth. As lâminas podem ser mais leves, o que significa que todo o sistema também pode ser muito maior. Novos avanços também possibilitam o uso de duas lâminas em vez de três, reduzindo ainda mais o peso.

As maiores turbinas atuais podem gerar até 14 megawatts de eletricidade em um determinado momento (ou até 74 gigawatts de energia bruta por ano), o suficiente para abastecer milhares de residências. A nova abordagem poderia permitir que uma única turbina gerasse surpreendentes 50 megawatts.

Longe de costa

A equipe testou um protótipo em uma cordilheira perto de Boulder, Colorado, nos últimos dois anos. “É uma versão pequena, mas a versão pequena ainda tem mais de 10 andares de altura”, diz Loth. Escalado para 25 megawatts, seria mais alto que a Torre Eiffel. Com 50 megawatts, a torre teria 984 pés de altura, com pás estendendo-se por mais 820 pés.


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Se as turbinas forem construídas, elas provavelmente serão instaladas longe da costa - cerca de 25 milhas ou mais no oceano - para que as pessoas que vivem perto da costa não possam vê-las ou ouvi-las, e fora do caminho da maioria das aves migratórias, que tendem a seguir para o litoral.

Veja mais sobre o projeto neste vídeo (em inglês) da Universidade de Virgínia:

Energia renovável 

Nos testes, o projeto funcionou bem, sobrevivendo a uma rajada de vento de 180 quilômetros por hora e a um ciclone de bomba. Os pesquisadores esperam levar mais um ano para terminar de processar os dados e redigir relatórios. A essa altura, eles esperam que os fabricantes de turbinas eólicas comecem a adotar a ideia.

“As turbinas eólicas levam muito tempo para se desenvolver”, diz Loth. “Uma empresa como a GE ou a Siemens gastará talvez bilhões de dólares para desenvolver a próxima geração de turbinas.” 

As turbinas que essas empresas estão lançando agora estão em desenvolvimento há vários anos. O projeto SUMR pode ser um passo importante para ajudar a energia renovável a crescer, já que a turbina de 50 megawatts tem o potencial de reduzir o custo da energia eólica em até 20%.

“Eventualmente, a energia eólica substituirá os combustíveis baseados em carbono”, diz Loth. “Tem que ser mais barato. É bom ter políticas que apoiem a energia renovável, mas provavelmente é mais importante garantir que a energia eólica tenha um preço mais baixo do que o fracking e o gás natural. Se você puder ser mais barato, estará ajudando a vencer a batalha da descarbonização.”