Último dia da Expomafe 2023 manteve o forte volume de visitação e negócios

O último dia da 3ª edição da Expomafe - Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Automação Industrial, sábado (13), superou as expectativas. Não só a quantidade de pessoas, mas a qualificação desses visitantes e a disposição em conhecer as inovações e efetivar contatos e acordos comerciais fizeram com que o evento confirmasse seu papel de palco para grandes negócios.

Na visão do presidente executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), José Velloso, a Expomafe foi um sucesso, com intensa visitação de público qualificado e com um volume de negócios que superou as expectativas das empresas que participaram do evento. "A 3a edição foi um retrato fiel do comprometimento da indústria brasileira com o crescimento e com a modernização. Tivemos cinco dias de corredores lotados, de interessados nos lançamentos em automação industrial e máquinas-ferramenta, o que evidencia a pujança da indústria brasileira", avaliou. Mais uma vez a Abimaq montou o estande Demonstrador da Indústria 4.0, que atraiu a atenção dos visitantes para as tecnologias habilitadoras da indústria 4.0. A Expomafe é uma iniciativa da Abimaq e é organizada pela Informa Markets.

"Estamos felizes com o sucesso da Expomafe e sabemos da potência do setor de automação industrial e de máquinas-ferramenta. O resultado e a qualificação da visitação superou as nossas expectativas, assim como, o volume de negócios reportado pelos expositores", disse a show manager da Expomafe, Liliane Bortoluci. "É realmente muito gratificante para nós, da Informa Markets, testemunhar que o setor superou os efeitos da pandemia e retomou a força pela qual é conhecida a indústria brasileira". 

Presença internacional

Por ser internacional, a Expomafe contou com a participação de empresas de praticamente todos os continentes: além do Brasil, estiveram presentes companhias da Áustria, Bélgica, Canadá, China, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Holanda, Índia, Israel, Irlanda, Japão, México, Singapura, Suécia, Suíça, Taiwan e Turquia. 

"É estratégico estar na Expomafe, porque aqui encontramos empresas de toda a cadeia da automação industrial. Além disso, o Brasil é um mercado imprescindível para qualquer empresa que deseja ser internacional", comentou o gerente de exportação da Royal ARC, Tirth Amrani. A empresa de origem indiana fabrica eletrodos de soldagem desde 1986.

Segundo ele, o evento superou as expectativas e viabilizou leads considerados por Amrani como muito assertivos. "A visitação é bastante qualificada, o que facilita os negócios. Nossa ideia é criar cadeias entre os dois países e fomentar a exportação". 

Outro executivo da Índia que participou do evento como expositor é Santo Tandon, da Eastman Hand Tools, que apresentou a linha de utilitários para todos os fins industriais. A empresa iniciou suas operações em 1989, com o objetivo de introduzir o conceito de cadeias de suprimentos industriais na Índia. "Foi importante para nós estarmos mais perto do mercado brasileiro. O interessante também é que a Expomafe oferece o B2B, mas também o B2C", avaliou

Outra empresa, de origem italiana, teve importantes resultados no evento. "Depois desta participação, o Brasil ganha mais representatividade para o grupo Cutlite Penta", comentou o gerente de vendas, Ricardo Medeiros. Segundo ele, durante os cinco dias de Expomafe, a empresa também fez contatos que "certamente se concretizarão em vendas". 

Da Espanha, a Pema Welding é outro exemplo de expositor internacional que participa da Expomafe para estreitar acordos comerciais e marcar presença no mercado brasileiro. A Pema atua no setor de soldagem e automação da produção e é especializada em projetar e fabricar soluções de automação de alta tecnologia há mais de 50 anos. "O que nos surpreendeu foi a qualidade da visitação. Participamos de outras feiras de negócios no Brasil e no mundo, mas esta realmente ofereceu um nível de networking ímpar", avaliou o diretor da empresa, José Carvalho. "Certamente estaremos aqui na próxima edição". 

Leads e bons negócios

A THK Brasil, empresa fabricante de guias lineares e outros componentes mecânicos exclusivos, como o eixo estriado, o fuso de esferas e juntas esféricas, recebeu, durante a Expomafe 2023, muitos visitantes do Brasil e exterior interessados nas soluções apresentadas, principalmente os atuadores elétricos, pela alta eficiência e baixo custo que oferecem nas mais diversas operações. A multinacional japonesa aproveitou o evento para comemorar os 30 anos de atuação no País, decisão assertiva por parte da empresa que considerou a participação na feira bastante positiva. 

“A feira nos surpreendeu pelo volume de público especializado, já direcionado a investimentos, até mesmo em médio prazo, porém projetando crescimento e automação. E essa postura nos dá confiança, até porque o nosso produto não é para venda direta, mesmo assim abrimos diversas possibilidades de negócios na Expomafe 2023, o que é muito bom. Se compararmos a quantidade de negócios e de interesse da feira de 2019 com a de hoje, constatamos que o crescimento foi gigantesco”, afirma o diretor-presidente da THK Brasil, Nilton Martins Gimenes.

Segundo Gimenes, a empresa recebeu visitantes de todo o Brasil e América do Sul, em especial da Argentina, Colômbia, Bolívia, Uruguai e Paraguai. “Observamos o grande interesse dos visitantes em automação, como também nos nossos lançamentos na feira: os atuadores elétricos PC (cilindro elétrico para altas cargas compressivas) e PCT (cilindro elétrico com fuso de esferas) que chamam a atenção pelas várias aplicações que possibilitam, combinando alta precisão de avanço e repetibilidade.

O executivo Icaru Sakuyoshi, diretor-presidente da Yaskawa Motoman Robótica do Brasil, multinacional japonesa que atua na fabricação de robôs e uma das maiores empresas de automação industrial do mundo, confirma que a Expomafe 2023 recebeu volume considerável de visitantes. “A nossa expectativa em relação à feira nos surpreendeu. Nosso estande ficou sempre lotado por visitantes especializados, não só interessados em conhecer os produtos. Recebemos também empresas com projetos em andamento, necessitando evoluir em estudos e tratativas para a conclusão deles. Como já aconteceu em feiras do passado, mesmo sendo raro, tivemos casos de empresas que vieram à Expomafe para nos conhecer, e rapidamente o assunto evoluiu da questão técnica para a comercial, e os negócios foram fechados durante o evento”, comemora Sakuyoshi.

Ele completa: “percebemos que as pessoas estavam ávidas em participar de eventos presenciais, excelente para a Yaskawa Motoman e demais expositores. É a prova de que nossa indústria voltou a investir, a economia vai voltar a crescer e isso é bom para o Brasil”, reitera Sakuyoshi. No estande da Expomafe 2023 foram apresentados a nova linha de robô MotoMini (7Kg), um dos menores e mais leves robôs de seis eixos do mercado, além das outras linhas de robôs para as mais diversas aplicações.

Já para o gerente regional de vendas da SEW Brasil, Celso Fonseca, a participação da empresa na feira está sendo um sucesso. “Percebemos uma movimentação fora do normal. Tivemos muitas visitas de executivos interessados em conhecer mais sobre as nossas tecnologias e produtos”, conta o executivo. Ele explica: “trouxemos para a Expomafe alguns lançamentos em soluções de acionamentos. A receptividade dos nossos clientes também tem sido muito satisfatória. A percepção é realmente excelente e estamos certos que muitos novos negócios serão concretizados a partir dos contatos feitos nestes cinco dias de Expomafe”. A SEW Brasil representa uma gama extensa de produtos e serviços, entre eles motorredutores, redutores, motores, componentes para instalação descentralizada, acionamentos com controle eletrônico e mais soluções.

A ZEISS, empresa mundial de tecnologia para os setores da óptica e da optoeletrónica, também marcou presença no evento. “A Expomafe é uma das principais feiras do setor e a participação da ZEISS no evento é fundamental para ouvirmos as empresas que buscam aumentar o seu controle de qualidade e apresentar as nossas soluções de acordo ao perfil e necessidade de cada cliente”, afirma o diretor da divisão da Metrologia Industrial da ZEISS Brasil, Alan Assiz. “Além de construir e fortalecer o relacionamento com os principais players do setor, a feira também é uma oportunidade para demonstrar na prática a precisão e eficiência dos nossos equipamentos e softwares. A visitação qualificada e a presença de tomadores de decisão possibilitaram o início de diversas conversas que poderão ser convertidas em negócio após o evento”, completa o executivo.

A Fronius do Brasil, subsidiária da companhia austríaca líder mundial em tecnologia de soldagem, conseguiu fechar a Expomafe com crescimento de cerca de 50% em negócios fechados em relação ao ano passado. "Recebemos um público altamente qualificado, que busca soluções para sua empresa e interessados em fechar negócio", afirma o diretor comercial da unidade Perfect Welding, da Fronius do Brasil, Cláudio Sá. "Além disso, fizemos contatos com lideranças de empresas de escalões que não havíamos atingido antes, dos segmentos de agro, indústria pesada e transporte, que estão entre os nossos principais alvos", conclui.

Na visão do diretor de comercialização, Maurício Lopes, da ROMI, empresa brasileira do setor de maquinários industriais, de forma geral, o mercado brasileiro busca soluções para obter produtividade. "A indústria precisa produzir mais, com mais qualidade e em menos tempo, para se manter competitiva no mercado, e é em eventos como a Expomafe que essa indústria busca a tecnologia necessária para isso", comenta o executivo. 

Durante a feira, a ROMI, patrocinadora do evento, apresentou uma série de inovações, desde novos modelos de máquinas até atualizações de modelos de linhas já existentes, softwares e acessórios que, combinados ao serviço de Engenharia de Vendas, atendem o cliente de forma customizada. "Ano após ano, a visitação do evento, além de manter a frequência alta, tem sido cada vez mais qualificada e tanto a nossa empresa, como todas que se capacitaram para expor seus produtos neste evento, vieram para apresentar e fornecer o que há de mais inovador para atender a esse público, que vem preparado para realizar negócios. Dessa forma, a edição 2023 da Expomafe foi um sucesso de público e de negócios”, finalizou Lopes. 

Segundo o diretor-geral da SCHUNK Brasil, Mairon Anthero, subsidiária brasileira da empresa familiar alemã SCHUNK GmbH & Co. KG, que atua com sistemas de garras e tecnologia de fixação, estima-se que a empresa vá superar 800 leads captados até o último dia da Expomafe 2023. Além da linha de soluções e do diferencial sustentável, a empresa também apresentou ao visitante do evento uma experiência digital mais aprimorada, com facilidade de acesso às informações exclusivas da multinacional. “A Expomafe foi extremamente importante para a SCHUNK, e não só foi positiva como superou nossas expectativas, de maneira geral”, afirmou Anthero. E completou: “A edição de 2023 é um marco para a nossa empresa, já que foi a primeira 100% digital e que traz grandes inovações, mostrando a nossa preocupação com o meio ambiente e com a sustentabilidade, dois propósitos da SCHUNK no Brasil. Além disso, concretizamos alguns negócios que não imaginávamos fechar na feira, atestando que o segmento vem forte, se recuperando de algumas baixas no início do ano, trazendo mais confiança de que 2023 ainda será muito promissor”.

"Participar da Expomafe é uma oportunidade de conhecer novas tecnologias, prospectar novos clientes e ficar mais próximos dos nossos clientes que vem à feira nos prestigiar", avaliou o gerente Nacional Comercial da Tekbond Saint-Gobain, Gustavo Pacheco. Na visão dele, a feira proporciona, em um prazo curto de tempo, a captação de clientes de diferentes regiões do Brasil e América Latina. "O investimento na feira vai gerar grandes negócios para Tekbond Saint-Gobain", revelou.

Relacionamento com o cliente é discutido no último dia da Expomafe 

Sendo a Expomafe um ponto de encontro para os negócios da cadeia de transformação industrial, o Parque de Ideias trouxe, no último dia de evento, 13, informações sobre Gestão de Relacionamento com o Cliente, ou também conhecido como CRM (Customer Relationship Management). Em sua palestra, o gerente de vendas da MM Engenharia, Lucas Mattos, descreveu o CRM como um software estratégico, que reúne e integra dados valiosos para as empresas. 

Pensando nas estratégias comerciais aplicadas ao mercado de máquinas, o gerente comentou que a adoção de soluções de gestão mais modernas garante mais segurança aos dados e permite fazer análises detalhadas sobre o histórico e perfil dos prospects e clientes, tornando as ações de vendas mais assertivas e o relacionamento entre a empresa e sua carteira de clientes ainda mais sólido. 

Entretanto, Mattos advertiu que, mesmo com todas as vantagens da automação e da digitalização de processos ligados à gestão do relacionamento com os clientes – como agilidade e precisão, e a segurança de dados –, a participação humana, seja na venda ou na manutenção do relacionamento, é imprescindível. "Nada substitui o contato humano", advertiu.

A Manufatura em Cloud

O docente do Instituto de Ensino Mauá, Ari Nelson Rodrigues, encerrou a programação do Parque de Ideias, que contou com 100% de conteúdo especializado. Com o tema: O papel da cloud na manufatura, o professor explicou que fazer a manufatura em nuvem é um sistema de fabricação inteligente, que se tornou o principal impulsionador do que foi denominado de 4ª Revolução Industrial. Tecnologias como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA), blockchain e realidade virtual estão confundindo as linhas entre o mundo físico e digital, e a capacidade de conectar e transferir dados entre dispositivos em altíssima velocidade permite aos fabricantes criar soluções para os problemas de negócios mais urgentes. “A nuvem é um modelo de negócios para se produzir bens e serviços com o mínimo esforço de gerenciamento”, disse Rodrigues.

Ainda segundo o professor do Instituto Mauá, a proposta da Indústria 4.0 é ser um modelo de negócio para a transformação digital com a adaptação corporativa. “No futuro, os sistemas poderão tomar decisões sozinhos. O objetivo é conseguir que as máquinas conversem entre si”, afirmou.