Fonte: Diário do Grande ABC - 12/11/07
Nesta semana um estudo do Instituto de Pesquisas Econômia Aplicada (Ipea) deixou claro que faltam trabalhadores especializados no Brasil. Só na indústria, são 119.223 vagas que não são preenchidas por falta de profissionais com os requisitos necessários: formação e experiência.
Esse problema é visível em engenharia. “O país acordou para a necessidade de engenheiros e e agora tem de correr atrás dos profissionais”, conta a vice-reitora da FEI, Rivana Basso Marino.
O reitor do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano, Otávio de Mattos Silvares lembra que há tempos o setor tem sofrido com baixa valorização profissional. “Alguns engenheiros acabaram indo para outras atividades, como um empreendimento próprio ou em outros setores, como bancos”.
Agora, com a visível necessidade de engenheiros e uma valorização mais forte da área, é hora de começar a chamar a atenção dos alunos para os cursos. No entanto, Silvares admite que isso é difícil. “Existe um excesso de glamourização de outras áreas, como propaganda e marketing. Todo mundo quer ser Washington Olliveto, mas só tem um”, diz.
No entanto, Silvares é otimista. “Isso tende a mudar. Há um interesse maior por disciplinas tecnológicas”, conta. Opinião que Rivana concorda. “A partir do momento que se reconhece o valor da engenharia, as coisas vão mudar”, prevê Rivana.
Mas ainda vai demorar para uma nova leva de engenheiros. “Os alunos que estão começando o Ensino Médio são uma oportunidade. Pode ser feito um direcionamento com os que têm mais aptidão para matemática e física”, diz a vice-reitora da FEI. “Só que até esse pessoal se formar na faculdade vai passar 6, 7 anos”.
Além disso, as instituições também têm de lidar com evasão de universitários. “Em engenharia, o sujeito tem de ter uma base em matemática, física e química, o que nem sempre acontece”, conta Silvares.
“Todas as faculdades de engenharia têm um curso pesado. É pra quem gosta e tem aptidão. Não adianta só achar legal”, avisa Rivana.
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