Demanda elevada por chips atrai investidores que querem reativar Unitec, em MG

Uma fábrica de semicondutores abandonada, localizada em Minas Gerais, reacendeu o interesse de grupos internacionais que querem produzir o componente no Brasil. De acordo com o Estadão, a Unitec chegou a receber R$ 1,2 bilhões de investimento, no entanto, jamais chegou a produzir.

A unidade tem como principais acionistas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a empresa argentina Corporación America, com 33% de participação cada. Entre os minoritários estão o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e as empresas Matec e Intecs.

Escassez de chips no mundo

Atualmente, os semicondutores estão sendo importados da Ásia, mas a sua escassez tem resultado em paradas em várias fábricas no mundo, principalmente as do setor automotivo

Por conta desse cenário, o uso das instalações e infraestrutura em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, tem sido vista como uma alternativa para antecipar dois anos da produção local de chips. Uma fábrica nova levaria, no mínimo, quatro anos para ficar pronta.

Esse foi o argumento apresentado, no Japão, por um dos dirigentes do setor automotivo e de representantes do governo federal para dois fabricantes do componente. Uma delas é a Renesas, uma das grandes produtoras de chips no mundo, com sede em Tóquio.

“Dirigentes das duas empresas japonesas (uma pediu para não ter o nome divulgado) ouviram as propostas, pediram mais informações e vão agendar novos encontros, aqui no Brasil, para discutir o tema”, afirma Márcio de Lima Leite, presidente  da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Investidores estratégicos

Embora a fábrica da Unitec tenha passado por diversos entraves no que diz respeito a sua operacionalização, que estava prevista para 2015, neste momento, colocar a unidade para operar tem sido visto como uma maneira de aproveitar a alta demanda do componente.


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Segundo cálculos da Anfavea, a indústria automotiva deve demandar quase 4 bilhões de chips por ano, tendo como base uma produção anual de 2,3 milhões de veículos. Cada carro novo tem aproximadamente 1,5 mil microchips.

Além disso, de acordo com o BNDES, “neste momento, com o aquecimento do mercado global de semicondutores, a companhia e seus acionistas têm buscado investidores estratégicos que se alinhem ao seu plano de negócios, com vistas a tornar a empresa operacional.”

O BDMG vai na mesma linha e diz apoiar “o processo de busca por um plano de reestruturação que envolva a atração de novos investidores”.