Fábrica de pectina da Cargill recebe investimentos de R$ 550 milhões

Empresa amplia quadro de funcionários e prevê aumento na demanda pelo produto.

Instalada em Bebedouro, região do Rio Preto (SP), a fábrica de pectina da Cargill, prestes a completar um ano, faz parte do portfólio de ingredientes “label friendly”,obtido com matéria-prima de origem natural.

Para isso, a fábrica extrai cascas de laranjas e limões que seriam considerados resíduos, e transforma em fibra solúvel, que possui função texturizante, emulsificante e alto valor agregado. 

De acordo com a matéria publicada por Liza Mirella, no Diário da Região, esta é a primeira planta instalada fora da Europa e a quarta deste segmento da multinacional norte-americana. Além disso, desde o início das operações, em novembro de 2021, o quadro de funcionários passou de 120 para 140. A planta recebeu investimentos de R$ 550 milhões.

Embora o anúncio da instalação da planta tenha sido feito em 2018, por conta das restrições impostas pela pandemia, a inauguração foi realizada em setembro de 2021 e as operações iniciaram em novembro.

Acesso facilitado às matérias-primas

“Essa não é a primeira vez em que a Cargill inaugura uma fábrica em Bebedouro. A cidade tem um histórico de quase 100 anos de produção de laranja e, por conta do boom citrícola entre os anos 1970 e 1980, é conhecida informalmente como Califórnia brasileira, dentro do que a gente pode chamar de cinturão citrícola do País”, afirmou Renato Wandrey, gerente da fábrica de pectina da Cargill, ao explicar a escolha de Bebedouro para o investimento milionário.

“Bebedouro facilita o acesso às matérias-primas, pois as laranjas são cultivadas a poucos quilômetros da fábrica. Estamos muito felizes em atuar de forma mais intensa na região com essa fábrica de pectina”, disse. De acordo com o executivo, o tipo de pectina produzido é a HM (High-Methoxyl, ou alta metoxilação em português), que tem uso combinado com outros produtos e funciona como estabilizante, espessante e gelificante.

Dê olho no mercado

Ainda segundo o executivo, “a nova fábrica foi planejada para colocar a Cargill em uma nova posição do setor que cresce influenciado pelo consumo de bebidas lácteas ácidas, iogurte, geleia, doces e balas, alguns dos principais destinos da pectina”, disse.


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O produto fabricado na região Noroeste paulista, além de fornecer para empresas que operam no Brasil, também abastece mercados como outros países da América do Sul, Europa e Ásia. “A empresa aposta em um aumento anual de até 4% na demanda global por pectina, crescimento influenciado pelo consumo dos produtos finais e por novos perfis de consumo, já que a pectina pode ser usada em dietas livres de proteína animal”.

Boas práticas de sustentabilidade

Segundo Wandrey, os investimentos foram na construção de uma unidade fabril que reduz as emissões de CO2, inclusive porque está mais perto da matéria-prima, que seria considerada resíduo se não fosse esse processo de produção da pectina. “A fábrica de Bebedouro consome energia térmica gerada a partir de biomassa e biogás, com tecnologias e boas práticas de sustentabilidade já aplicadas em outras unidades da empresa”.

Para este ano, segundo o executivo, a Cargill já anunciou investimentos de R$ 600 milhões. “Esse investimento inclui atualização das nossas operações no País”, finalizou.