Fonte: Jornal do Meio Ambiente (www.jornaldomeioambiente.com.br) - 12/03/07
A União Européia (UE) deve adotar nesta sexta-feira uma meta obrigatória de 20% de energias renováveis no consumo energético total do bloco para 2020, como parte do plano de combate ao aquecimento global, segundo um projeto das conclusões da reunião de cúpula de Bruxelas.
O presidente da Comissão Européia (órgão executivo do bloco), José Manuel Durão Barroso, destacou a importância de um acordo sobre um "pacote ambicioso", se quiserem demonstrar sua posição de liderança mundial. "Seria o pacote mais ambicioso já estipulado por nenhuma instituição ou grupo de países no mundo sobre segurança energética e proteção do clima", disse Durão Barroso.
O novo texto menciona de forma explícita a contribuição da energia nuclear na redução das emissões de gases com efeito estufa, uma exigência da França. Mas as discussões serão difíceis. Já há um acordo sobre o objetivo de reduzir as emissões poluentes. No entanto, ainda falta saber se será vinculativa a meta de um consumo de 20% de energias de fontes renováveis.
O primeiro-ministro da Estônia, Andrus Ansip, disse que a proposta em debate é boa e flexível, mas não ambiciosa o bastante. Ele lembrou que 21% do consumo energético de seu país já vêm de fontes renováveis. O primeiro-ministro estoniano também defendeu um tratamento igual para todos os Estados-membros, com a exceção das ilhas de Malta e Chipre.
Alguns Estados membros reticentes, como França e Finlândia, aceitaram na quinta-feira à noite a proposta do objetivo europeu médio de 20% obrigatório de energias renováveis (contra 7% atualmente), com a condição de que a futura divisão do esforço deste percentual leve em consideração as especificidades energéticas, como por exemplo o peso da energia nuclear.
O novo texto apresentado pela presidência alemã da UE na manhã desta sexta-feira estipula que as futuras metas nacionais dependerão dos "diferentes pontos de partida dos países, entre eles o nível existente de energias renováveis e sua variedade energética".
Os chefes de Estado e de Governo dos 27 não haviam estabelecido um acordo sobre este ponto na quinta-feira, mas a chanceler alemã, Angela Merkel, acreditava na assinatura de um compromisso para esta sexta-feira.