Menos carbono e mais eficiência: as discussões da 6ª edição da ABM Week

Redução progressiva das emissões de carbono nos setores será o centro das discussões no evento, nos dias 7, 8 e 9 de junho.

A aceleração das mudanças climáticas e seus impactos cada vez mais devastadores têm levado países e organizações a estabelecerem compromissos relacionados à redução progressiva das emissões de carbono e à adoção de práticas sustentáveis em todas as cadeias produtivas. Os setores de mineração e siderurgia têm procurado fazer parte desse processo.

Na 6ª edição da ABM WEEK, que ocorre nos dias 7, 8 e 9 de junho, os caminhos para a implantação de práticas mais sustentáveis serão debatidos em diferentes eventos. Gestores de grandes companhias falarão sobre as transformações que as indústrias têm promovido nos últimos anos para se adequarem à nova realidade.

Especialistas em pesquisa e desenvolvimento e pesquisadores acadêmicos apresentarão inovações tecnológicas capazes de reduzir emissões de CO2 e aumentar a eficiência energética.

“Ao longo da semana, teremos oportunidades de discutir temas relacionados à sustentabilidade em diferentes oportunidades. Trata-se de uma agenda que tem ganho muita força no Brasil, especialmente nos últimos anos”, aponta Valdomiro Roman da Silva, diretor de desenvolvimento de competências da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM).

O assunto já aparece no pré-evento, no dia 6 de junho. No workshop Economia circular na mineração – Soluções baseadas em modelos de negócio, que será realizado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), pesquisadores, gestores da indústria e técnicos do governo debaterão maneiras de mitigar o problema dos rejeitos da mineração.

A sustentabilidade também será o grande tema da 4º EMECR – International Conference on Energy and Material Efficiency and CO2 Reduction in the Steel Industry 2022, pela primeira vez sediado no Brasil. O encontro reunirá pesquisadores e técnicos da indústria siderúrgica para discutir soluções tecnológicas que contribuam para aumentar a eficiência dos processos fabris, reduzindo o consumo de energia, e reduzir as emissões de carbono.


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No Fórum de Líderes, no dia 7 de junho, presidentes e diretores de grandes companhias siderúrgicas e de mineração falarão sobre os desafios e os riscos associados à implantação da agenda ESG (sigla em inglês para a pauta ambiental, social e de governança) no Brasil e no mundo, com destaque para as pressões regulatórias e de mercado que têm levado tantas empresas a aderir a tais princípios.

A sustentabilidade ainda aparecerá entre os temas abordados na Plenária Mineração e siderurgia mundial: Visão de brasileiros que residem no exterior (no dia 8 de junho) e nas mesas redondas e painéis da semana técnico-científica. Confira aqui a programação completa

Boas práticas

Na opinião de José Noldin, chairman do 4º EMECR, a agenda da sustentabilidade não tardará para tornar-se item de implantação obrigatória e imediata em todo o setor minerometalúrgico e de materiais.

“Já existe legislação para isso e, em breve, os clientes não comprarão mais produtos que não sejam sustentáveis. Esse momento surgirá de um dia para o outro, então é extremamente necessário que as empresas estejam preparadas”, ele afirma.

Os encontros da ABM WEEK, portanto, também funcionarão como oportunidades para que as empresas façam benchmarking e conheçam a fundo as boas práticas das organizações que estão na vanguarda do processo.

Uma delas é a ArcelorMittal, anfitriã da 4ª EMECR. Ao longo da última década, a empresa adotou a sustentabilidade em sentido amplo como parte fundamental de seu negócio, conforme explica Guilherme Abreu, gerente geral de Relações Institucionais e Sustentabilidade ArcelorMittal Brasil.

“Há seis anos, a companhia tomou a decisão de estabelecer 10 diretrizes de sustentabilidade, desdobradas em ações, planos e programas, trazendo tais práticas para nosso dia a dia”, ele explica.

Tais princípios se relacionam a questões de segurança, qualidade e atributos de sustentabilidade dos produtos, impactos ambientais no ar, água e resíduos, uso de recursos naturais, mudança climática e promoção de novas tecnologias para viabilizar tais transformações.

Para garantir que as mudanças fossem de fato implantadas e adequadamente avaliadas, a ArcelorMittal aderiu ao processo de certificação ResponsibleSteel, Abreu explica.

“Chegamos a um ponto em que não basta mais dizer que a empresa é sustentável porque leva a cabo ações sustentáveis. É preciso que ela passe por avaliações específicas, as quais têm surgido nos últimos anos. A ResponsibleSteel nos pareceu a mais adequada”, define.

O gestor acrescenta que a ArcelorMittal estabeleceu o compromisso de neutralizar as emissões de carbono em todas as suas unidades no mundo até 2050.

“Até 2030, temos que ter reduzido as emissões em 25%. Esse compromisso passa pelo aprimoramento de tecnologias já existentes e pela criação de novas. Precisamos, por exemplo, de metodologias que permitam uso de hidrogênio como elemento redutor no processo, abrindo mão do carbono”, ele acrescenta.

A ArcelorMittal vem investindo intensamente na pesquisa e desenvolvimento de tais tecnologias, tendo formado um fundo no valor de 100 milhões de euros anuais para financiar empresas na criação de soluções disruptivas, conta Abreu.