Fonte: Energéticas - 21/10/07
Outra possibilidade de geração alternativa de energia no Ceará é o aproveitamento do lixo orgânico para produzir gás metano, que pode ser acrescido ao gás natural e criar o chamado biogás. Está em estudo pela Secitece (Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia) a criação de duas usinas para a geração do combustível, sendo uma em Fortaleza, no aterro de Jangurussu, que começou a ser desativado em março de 1998, e outra em Sobral.
O coordenador do núcleo temático de energia da secretaria, Fernando Neiva, explica que o projeto prevê a colocação de uma tubulação no aterro para recolher os gases emitidos com a decomposição do material orgânico. Desta massa, cerca de 55% são metano e 30% são dióxido de carbono.
Segundo ele, cada tonelada de lixo orgânico gera, através da fermentação, o equivalente a 200 normal metros cúbicos. Em Fortaleza, a proporção representa o potencial de lançar no sistema 203,1 milhões de metros cúbicos de gás por ano. Em Sobral, o número fica em 51 milhões de metros anuais.
Estudos prévios comprovam que o gás gerado com os lixões teria um poder calorífico de 5.000 quilocalorias por normal metro cúbico de gás (Kcal/Nm cúbico), metade do presente no gás natural. Para adequar-se à exigência da ANP de pelo menos 8 mil quilocalorias, haveria uma mistura, de modo que o produto final tivesse, no máximo, 40% de biogás.
Além da possibilidade de incrementar a circulação de gás no Estado, diminuindo a dependência das remessas que partem do Rio Grande do Norte e das eventuais importações que serão feitas com a instalação de uma planta de regaseificação no Pecém, a gestão dos sólidos pode render aos municípios recursos da comercialização de créditos de carbono.
Com a prática, uma quantidade considerável de gases poluentes deixariam de ser lançados à atmosfera. Auditados, esta ´economia de poluição´ pode ser vendida a países em situação menos confortável do ponto de vista da contribuição para efeitos danosos ao ar.
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