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Sem nenhum investidor nos quase dez anos de operação, a startup gaúcha CTA Smart conseguiu construir um negócio de tecnologia que atende mais de 800 empresas no Brasil e nos Estados Unidos. Seu modelo de negócio não é "sexy", mas facilita a vida das empresas que administram frotas: a startup automatiza os sistemas internos de abastecimento de combustível das companhias clientes. Hoje, o negócio ajuda a controlar mais de 2.000 bombas, que transacionam mais de 1 bilhão de litros por ano.
Para poder investir em tecnologia e colocar o pé no acelerador na internacionalização, a startup captou uma rodada de investimento de R$ 5,5 milhões liderada pela Indicator Capital e com participação da fabricante de ônibus Marcopolo, via seu braço de corporate venture capital, a MarcoZero. Se a empresa crescer na velocidade esperada pelos investidores, a rodada pode chegar a R$ 19 milhões nos próximos 18 meses.
"A CTA Smart tem grande alinhamento com nossa tese de investir em empresas de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). Com sua solução, a empresa traz ganhos de eficiência expressivos para os clientes e coleta dados que podem gerar novos insights para os negócios. É uma tecnologia 100% brasileira e que tem a oportunidade de ser expandida internacionalmente", diz Fábio Iunis de Paula, cofundador da Indicator Capital.
Já para a MarcoZero, a startup foi escolhida por poder agregar valor para seus clientes no Brasil e no mundo. “Estruturamos nosso braço de investimentos em 2019 para nos posicionar como um player protagonista do sistema de mobilidade, que está em franca transformação graças à tecnologia. Já analisamos mais de 1.000 iniciativas para chegar a uma transação com tanta sinergia como essa. Para nossos clientes, a gestão de combustível é uma das principais dores”, afirma João Paulo Ledur, diretor de estratégia e transformação digital da Marcopolo.
Com a rodada, a CTA Smart planeja expandir sua equipe, hoje com 60 pessoas, contratando pelo menos mais 30 até o final do ano que vem. A operação nos Estados Unidos, sediada na Flórida, também deve crescer, passando de três para 15 pessoas até dezembro de 2022. Em breve, a empresa vai abrir um escritório também no México para cuidar da expansão pela América Latina.
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Em termos de tecnologia, os planos são lançar uma nova versão do software, com uma interface mais amigável e customizável, nos próximos meses. Neste ano, a companhia projeta um crescimento de 35% sobre a base do ano passado e, a partir do ano que vem, os planos são crescer pelo menos 50% ao ano até 2024.
Esqueça os postos de combustível para o cliente final. O negócio da startup é focado nas bombas que empresas de transporte de cargas, transporte de passageiros, mineração, construção civil, agricultura e usinas instalam em suas plantas para poder ganhar agilidade, reduzir custos e monitorar o gasto com diesel. Estima-se que mais de 290.000 empresas no país usem soluções do tipo, movimentando R$ 3 bilhões por ano.
"As gigantes até têm tecnologia, mas as pequenas e médias controlam esses gastos com planilhas de papel que depois são digitalizadas no ERP", diz Bruno Lopes, cofundador e presidente da CTA Smart ao EXAME IN.
A solução da startup, então, combina um software de gestão com um hardware próprio que pode ser instalado nas bombas para coletar dados sobre o abastecimento, como o nome do frentista e do motorista, o veículo abastecido e a quilometragem rodada. Como é conectado à internet, o equipamento envia automaticamente as informações para o sistema em nuvem, que pode ser gerenciado remotamente pelas empresas.
Além dos clientes diretos, como MetrôRio, Fagundes e BBM, a startup oferece seus serviços para grandes distribuidoras, como Ipiranga, que envelopam o produto e oferecem para a sua base de clientes corporativos como um diferencial.
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