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Qual será o futuro da mobilidade? Para pensar os próximos passos desse setor, especialmente no Brasil, e como as transformações afetarão os diversos segmentos da sociedade, na última semana, de 23 a 29 de agosto, aconteceu a edição zero do ZMatch City, em São Félix do Tocantins, no Jalapão.
O evento promoveu discussões sobre inovação e painéis de co-criação e troca de conhecimento inspirados pela belíssima natureza da região. Estiveram presentes especialistas sobre o assunto falando sobre inovação, tecnologia, comportamento e sustentabilidade.
O CEO da Avantto, empresa pioneira em compartilhamento de aviões e helicópteros na América Latina, Rogerio Andrade, foi um dos convidados e levou para o painel "Futuro da Mobilidade", dados de como o setor será impactado com a chegada dos e-Vtols, um veículo movido a eletricidade, que decola e pousa verticalmente (VTOL, de vertical take-off and landing).
Para Andrade, o mundo da mobilidade está em plena transformação, e, segundo ele, são quatro os pilares que impulsionam a mudança: conectividade, uso compartilhado de veículos, eletrificação e direção autônoma. "Esses quatro elementos farão a mobilidade aérea, especialmente em pequenas e médias distâncias tornar-se acessível para muito mais pessoas. Sendo assim, os sistemas integrados de mobilidade irão transformar radicalmente o dinamismo das cidades e das pessoas nos próximos 10 anos", completa ele.
Um estudo realizado pela McKinsey aponta que a mobilidade do futuro está dividida em quatro sub-setores: mobilidade onde o cliente é conduzido por um motorista (ou futuramente por um veículo autônomo), mobilidade onde o cliente mesmo conduz o veículo, mobilidade de uso compartilhado e mobilidade em que o uso é exclusivo. Todos os veículos movidos a energias limpas como, por exemplo, a energia elétrica
"Hoje em dia, os maiores expoentes da nova mobilidade são os aplicativos que se baseiam na conectividade e uso compartilhado, ainda que apoiados em veículos convencionais, como o Uber. Apenas em 2019 foram gerados entre 130 e 140 bilhões de Dólares em receitas nesse sub-setor. Mas os e-Vtols irão revolucionar ainda mais o ato de se locomover pois darão acesso a deslocamentos aéreos de curta e média distância para muito mais pessoas, uma vez que, por serem movidos a propulsão elétrica (ao contrário dos helicópteros e aviões movidos a combustão) reduzem substancialmente os custos de voar. É por aí que vemos a Avantto chegar no futuro", disse o CEO.
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"A quantidade de negócios envolvendo fabricantes e operadores de veículos aéreos movidos a energia elétrica é impressionante. Apenas nos primeiros meses de 2021, foram realizadas uma série de transações que somam investimentos da ordem de U$5 bilhões. Até o fim do ano, montante igual ou superior será alocado em outros negócios que estão à beira de se concretizarem. O que dá a ideia de que efetivamente esse negócio já é uma realidade. É uma questão de ‘quando’ e não de ‘se’ veremos veículos voadores nos céus da cidades em cenários lembrando o desenho animado futurista dos Jetsons", ressaltou Andrade.
Ele apontou ainda que a grande maioria dos negócios de mobilidade aérea estão se juntando a Spacs ("empresas de cheque em branco", que abrem o capital na bolsa e depois sai em busca de um alvo de aquisição) e se tornando empresas públicas. Como é o caso da EVE, da Embraer, e da fabricante alemã Lilium que até o fim de 2021 terão suas ações negociadas em Bolsa.
Entre as empresas que estão investindo no setor, segundo o executivo, estão a Joby Aviation e a Vertical, que fizeram IPOs esse ano. Também há operadores com capital aberto, como a Wheels Up, a primeira empresa que abriu capital na parte de serviço e a Surfair Mobility, que vai abrir capital também até o fim do ano, conforme apresentou o executivo.
"Há vários negócios no mundo da mobilidade aérea eletrificada e principalmente operadores que muito em breve estarão com seus veículos operando por aí", opinou Andrade.
O executivo mostrou que a Avantto, empresa sob seu comando, uma das pioneiras no modelo de compartilhamento de cotas de aviões e helicópteros, está inserida no setor de Mobilidade Área Privada, atendendo principalmente pessoas e empresas deslocando-se de forma individualizada, mas que a partir do momento onde os veículos elétricos estiverem operando de fato, eles passarão a atender outras verticais e um grupo bem maior de passageiros, já que as condições para deslocamento aéreo serão mais acessíveis.
"Com o advento dos e-Vtols, passaremos a atender a vertical de mobilidade área urbana, que é aquela que atende distâncias de até 50km (tanto para deslocamentos privados quanto compartilhados), e também teremos a vertical de mobilidade aérea entre cidades, especialmente para aqueles deslocamentos cuja distância é longe demais para ir de carro e não longe suficiente para usar um avião comercial, algo entre 70 e 300 km. Aí queremos chegar, é como pensamos o futuro da mobilidade aérea", finalizou.
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