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Os planos de expansão de negócios das empresas brasileiras que já atuam fora do país ou mesmo daquelas que se preparam para iniciar a sua internacionalização não foram afetados pela pandemia da Covid-19, de acordo com a pesquisa Trajetórias de Internacionalização das Empresas Brasileiras 2021, realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC). Segundo o estudo, 78% das empresas planejam expansão ou grande expansão nos países onde já atuam e 71% planejam entrar em novos mercados nos próximos anos.
Quando questionadas sobre a influência da pandemia em suas estratégias de internacionalização, 70% alegaram que não foram afetadas ou foram pouco afetadas pelo contexto da Covid-19. Para 57% das empresas, os resultados internacionais melhoraram no atual contexto e para 64% das empresas os resultados domésticos melhoraram no atual contexto.
"Em 15 anos da pesquisa, a cada edição, temos acompanhado o crescimento no grau de internacionalização das empresas brasileiras. Isso indica maturidade na escolha de caminhos estratégicos de longo prazo e maior capacitação dos times para a conquista de novos mercados", explica a coordenadora do estudo, professora e pesquisadora do Núcleo de Estratégia e Negócios Internacionais da FDC, Lívia Barakat.
O estudo foi realizado no período de 2020/2021 com 154 empresas. Entre as participantes, 49% responderam que iniciaram operações do exterior, enquanto apenas 15% interromperam este processo em algum país. Os principais mercados onde as empresas brasileiras expandiram sua atuação foram Estados Unidos, Argentina, Portugal, Uruguai, Colômbia, China e México.
O principal modo de entrada pretendido pelas empresas brasileiras para novas expansões é por meio da abertura de um escritório comercial (37,1%) e exportações (28,9%). O fato aponta para o fortalecimento do comércio exterior contra a internacionalização de operações via greenfield, quando se inicia a operação do zero, ou aquisição de planta produtiva já existente (10,3%).
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"Mesmo com a taxa do câmbio do dólar mais alta, tornando mais caros os investimentos no exterior, as empresas estão planejando conquistar novos mercados. Além disso, essa desvalorização da nossa moeda favorece as exportações. Por isso temos uma boa oportunidade de aproveitar estas exportações para criar bases e estabelecer bons relacionamentos comerciais", aponta a pesquisadora.
E a pesquisadora destaca ainda que a transformação digital pode contribuir para este processo. "É possível ter novas formas de expor seu produto ou serviço com o fortalecimento do e-commerce e do home-office. Nem sempre é preciso ter uma presença física fora do Brasil. A empresa pode atuar com o apoio de parceiros comerciais, ou mesmo com apoio de consulados, agências empresariais e da Apex, que é a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos".
O estudo traz ainda o índice de internacionalização das multinacionais brasileiras, que é avaliado de acordo com três indicadores: ativos, receitas, funcionários no exterior. A Fitesa lidera o ranking pelo grau de internacionalização pela 5ª edição consecutiva. Destacaram-se também a indústria química Artecola, que pela primeira vez aparece no pódio do ranking, com o 2º lugar pelo grau de internacionalização, e a CZM, empresa mineira que lidera o ranking pelo índice de receitas.
"Os resultados da pesquisa contribuem para que as empresas avaliem as estratégias utilizadas por aquelas que já se encontram em um estágio mais avançado de internacionalização. É uma oportunidade para refletir sobre o que é preciso avançar em seu próprio processo de internacionalização e conhecer o que outras empresas têm feito", finaliza Barakat.
Top 10 das empresas no ranking de internacionalização:
1º Fitesa
2º Artecola
3º Metalfrio
4º CZM
5º Stefanini
6º Suzano
7º Iochpe-Maxion
8º WEG
9º Tigre
10º Braskem
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