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Em um movimento contrário aos de Ford e Chevrolet, que decidiram retirar ou diminuir produções no Brasil, a fabricante de autopeças Bosch decidiu trazer para o Brasil a produção de injetores e bicos de injetores para caminhões que eram produzidos nos Estados Unidos.
Para Antônio Jorge Martins, engenheiro especialista em eletrônica e telecomunicações, a estratégia da Bosch reflete, sobretudo, o enorme potencial do mercado brasileiro no setor. Além disso, a intenção da empresa alemã é abastecer não só o mercado interno, mas também exportar uma grande quantia – que pode chegar a até metade da produção.
"As empresas hoje se instalam nos continentes não somente para atender àquele tipo de mercado do país onde está se instalando, mas também para vender para os demais países que pertencem ao continente, e até a outros continentes", avalia Martins, em entrevista à agência de notícias Sputnik Brasil nessa terça-feira (9).
A mudança dos EUA para o Brasil teve início no último sábado (6), quando a segunda maior aeronave cargueiro do mundo, a Antonov 124, levou até Campinas (SP) 115 máquinas da empresa alemã para produzir os injetores e bicos de injetores.
Martins, que é coordenador dos cursos da área automotiva na Fundação Getúlio Vargas, acredita que a medida favorecerá principalmente os fabricantes locais de caminhões no Brasil, que não precisarão mais importar os produtos da Bosch. Ele destaca que o favorecimento vai além do preço menor: sem a necessidade de importar, as empresas podem organizar melhor as finanças. Isso porque, quando importam, as empresas normalmente garantem um largo estoque, suficiente para suprir a demanda de pelo menos um semestre.
"Favorece fabricantes e, como consequência, […] poderá até propiciar aos fabricantes nacionais um volume de exportações maior, fruto do aumento de competitividade", analisa o especialista.
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