Produção brasileira de aço bruto tem queda de 6,7% em 2020

Pandemia interferiu na produção de aço, levando o setor a reduzir a produção no acumulado de janeiro a novembro.

A produção brasileira de aço bruto foi de 28,1 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a novembro de 2020, o que representa uma queda de 6,7% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 19,6 milhões de toneladas, queda de 6,8% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2019. A produção de semiacabados para vendas totalizou 7,2 milhões de toneladas de janeiro a novembro de 2020, uma retração de 9,7% na mesma base de comparação*.

"No Brasil, o necessário isolamento social, adotado no enfrentamento da pandemia, levou a uma grave crise de demanda que no seu momento mais agudo, em abril, fez com que o setor automotivo fechasse 65 plantas e 5.200 concessionárias e, o setor de máquinas e equipamentos, tivesse 47% de suas empresas também fechadas. Esses setores, juntamente com o da construção civil, que também sofreu os impactos da pandemia, são responsáveis por mais de 82% do consumo de aço no país", disse em comunicado, Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil.

Segundo o executivo, em abril, a indústria brasileira do aço operou com apenas 45% de sua capacidade instalada, período em que altos fornos, aciarias e outros equipamentos foram abafados e desligados.

"Logo que os sinais de recuperação da demanda de aço surgiram, fruto das medidas adotadas pelo governo, o setor religou seus equipamentos e reativou sua produção, para atender a volta dos pedidos dos clientes. Já a partir de junho, o setor passou a colocar no mercado interno mais do que colocou em janeiro e fevereiro, quando não havia qualquer reclamação com relação a abastecimento", disse.

As vendas internas foram de 17,4 milhões de toneladas de janeiro a novembro de 2020, o que representa uma alta de 0,3% quando comparada com o apurado em igual período do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 19,2 milhões de toneladas no acumulado até novembro de 2020. Este resultado representa uma queda de 1,2% frente ao registrado no mesmo período de 2019.


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"Hoje, a utilização da capacidade instalada é de 68,9% e já ultrapassou a de janeiro deste ano, não havendo por parte das empresas associadas ao Instituto Aço Brasil problemas no abastecimento do mercado interno, prioridade absoluta do setor. Os problemas de abastecimento apontados na imprensa por alguns segmentos de consumo referem-se à reposição de estoques e estão localizados no segmento da distribuição do aço e não nas usinas produtoras associadas ao Aço Brasil", reforçou Lopes.

As importações alcançaram 1,8 milhão de toneladas no acumulado até novembro de 2020, uma retração de 18,4% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 1,9 bilhão e recuaram 16,3% no mesmo período de comparação. As exportações atingiram 10,0 milhões de toneladas, ou US$ 4,9 bilhões, de janeiro a novembro de 2020. Esses valores representam, respectivamente, retração de 15,4% e 27,6% na comparação com o mesmo período de 2019.

Dados de novembro de 2020

Em novembro de 2020 a produção brasileira de aço bruto foi de 3,0 milhões de toneladas, um aumento de 11,2% frente ao apurado no mesmo mês de 2019. Já a produção de laminados foi de 1,9 milhão de toneladas, 9,6% superior à registrada em novembro de 2019. A produção de semiacabados para vendas foi de 709 mil toneladas, uma queda de 9,6% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2019*.

As vendas internas avançaram 12,9% frente ao apurado em novembro de 2019 e atingiram 1,8 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,0 milhões de toneladas, 16,1% superior ao apurado no mesmo período de 2019.

As exportações de novembro foram de 514 mil toneladas, ou US$ 299 milhões, o que resultou em queda de 52,8% e 45,1%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2019. As importações de novembro de 2020 foram de 199 mil toneladas e US$ 195 milhões, uma alta de 55,3% em quantum e 24,6% em valor na comparação com o registrado em novembro de 2019.

*Devido a uma perda que ocorre durante o processo produtivo do aço, a soma da produção de laminados e semiacabados para vendas não equivale ao total da produção de aço bruto