Estudantes de engenharia criam selo de certificação de peças da indústria metalmecânica

Estudantes de Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica e Engenharia Civil avaliaram produtos da Açopeças e Zen S/A.

Qualidade, Sustentabilidade e Nacionalidade foram os três pilares usados pelos acadêmicos para avaliar as peças automobilísticas produzidas pela Açopeças e Zen S/A.  A atividade de extensão realizada com os estudantes da 1ª fase de Engenharia Mecânica, Civil e demais fases da Engenharia de Produção, visou proporcionar o contato com a indústria metalmecânica da região, de modo a contribuir com a melhoria dos processos de produção.

Para auxiliar na criação do Selo de Certificação, os acadêmicos participaram de uma visita técnica virtual nas duas empresas. Além de explicar sobre o desenvolvimento dos produtos automobilísticos, cada empresa indicou um engenheiro responsável para acompanhar os trabalhos dos estudantes e sanar suas dúvidas.

A coordenadora de Engenharia Mecânica, professora Susan Thiessen, explica que a ideia era instigar o questionamento sobre os requisitos do produto e os controles de qualidade. “As perguntas feitas pelos alunos fizeram as empresas pensarem os processos deles de um jeito um pouco diferente, e esse era o nosso objetivo, sugerir melhorias e apoiar a indústria local, valorizando o que é daqui”, enfatiza Susan.

Tampa do pistão do ar-condicionado, polia, planetária e pinhão foram algumas das peças entregues aos cinco grupos para avaliação. Cada equipe recebeu uma peça da Açopeças e uma da Zen S/A, e ficou responsável por desenvolver o layout do selo e definir quais requisitos e métricas seriam utilizadas na classificação. Na primeira etapa do projeto, além das tarefas diárias, os estudantes fizeram um relatório técnico sobre os produtos e um arquivo de apresentação.

As três melhores equipes passaram para a segunda etapa e puderam apresentar seus projetos para a banca avaliadora, composta pelos representantes das empresas e professores da UNIFEBE. O trabalho desenvolvido entre os cursos envolveu outras fases, que se mostraram interessadas em estudar sobre o assunto.


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“Para nós, estudantes de engenharia, ter um bom resultado em uma certificação é como um prêmio para nosso trabalho e esforço. Pensar em como avaliar uma peça, nos faz entender os melhores meios para melhorá-la, visto que a partir de um selo, podemos ver de forma mais clara os pontos fortes e fracos”, destaca o acadêmico da 3ª fase de Engenharia Mecânica, Arthur de Melo.

Interdisciplinaridade

O coordenador de Engenharia Civil, professor Jaison Knoblauch, salienta que esse contato entre os estudantes de outros cursos proporciona uma visão mais ampla sobre o papel da sua profissão na sociedade. “O engenheiro deve buscar o desenvolvimento de materiais de qualidade e, sobretudo, com um viés sustentável. É nesse sentido que a pesquisa acadêmica é tão importante para a formação desses futuros profissionais”, frisa Knoblauch.

Os Selos de Certificação criados pelos acadêmicos foram direcionados às empresas parceiras. O intuito dos cursos é incentivar a continuidade em pesquisas científicas ou em Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC).

“Embora seja um trabalho que careça de continuidade e que pode ser estendido a diferentes segmentos, todos ganharam nesse processo, no qual em última análise a relação da cadeia de suprimentos e, por fim, o consumidor final tende a ser beneficiado pela possibilidade de escolha de produtos/empresas que melhor atendam aos seus interesses”, conclui o coordenador de Engenharia de Produção, professor Marcelo Merízio.

Curricularização da Extensão

O projeto desenvolvido pelos cursos de Engenharia de Produção, Engenharia Civil e Engenharia Mecânica faz parte da Curricularização da Extensão. Constituído por meio da Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, pelo Ministério da Educação Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Superior, o documento que estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira, regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE 2014- 2024.

De acordo com a resolução, a Extensão deve se integrar à matriz curricular dos cursos e promover a interação entre as instituições de ensino e a sociedade, por meio da troca de conhecimentos, cultura e diálogo.

A pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, professora Edineia da Silva, e o pró-reitor de Graduação, professor Sidnei Gripa, explicam que o objetivo da Curricularização da Extensão é estimular a formação cidadã dos estudantes de modo interdisciplinar, político educacional, cultural, científico e tecnológico, articulando ensino, extensão e pesquisa.

“O intuito é promover intervenções, por meio de projetos, programas, cursos e oficinas, eventos e até prestação de serviços, que envolvam diretamente o estudante com a comunidade externa. Essas ações precisam estar vinculadas à formação do aluno e devem viabilizar um diálogo construtivo e transformador entre a universidade e a sociedade”, salienta Edineia.

As atividades devem compor, no mínimo, 10% do total da carga horária curricular. Essa determinação começou neste semestre a ser implantada pela UNIFEBE, que aplicou com as primeiras fases de todos os cursos de Graduação. Durante a pandemia do novo coronavírus os trabalhos foram desenvolvidos via take-home, método de ensino adotado com êxito pela instituição.