Condoleezza Rice afirma que EUA levam a sério o aquecimento global

Fonte: IDER - 01/10/07

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, abriu nesta quinta-feira (27), em Washington, uma conferência com os 16 países que mais emitem gases estufa, em que assegurou que os Estados Unidos levam a sério a ameaça do aquecimento global. "Os Estados Unidos levam muito a sério a mudança climática por ser uma grande força econômica e um grande emissor de poluição", afirmou Rice em seu discurso de abertura da reunião.

Também destacou que os Estados Unidos apóiam os objetivos da ONU em termos de meio ambiente, ao assegurar que seu país deseja que a conferência sobre mudança climática na Indonésia seja bem sucedida, referindo-se à cúpula da Nações Unidas que será realizada em dezembro.

No discurso, Rice afirmou que a reunião em Washington deve responder a duas questões: "Em que tipo de mundo queremos viver? e "Que tipo de mundo queremos entregar para as gerações futuras?"

Esta conferência de dois dias inicia um processo de 15 meses, nos quais as grandes economias elaborarão estratégias para tentar reduzir as emissões de gases e utilizar o poder dos negócios e as novas tecnologias para combater a poluição.

O presidente George W. Bush, bastante pressionado pela comunidade internacional para endurecer as ações do país contra o aquecimento global, falará no encontro de Washington. Mais quatro ou cinco encontros semelhantes acontecerão até o final de 2008.

No entanto, dada a hostilidade com que Bush tratou o Protocolo de Kyoto nos últimos seis anos, a nova postura do presidente americano ainda é vista com ceticismo na ONU e entre os defensores do protocolo.

Muitos temem que Bush promova uma agenda de reduções voluntárias entre um pequeno grupo de países poluidores, enfraquecendo o fórum global, que avança mais lentamente porém estabelece metas mais exigentes.

"O único objetivo da reunião de Washington é impedir qualquer avanço significativo na conferência de Bali em dezembro", afirmou Josh Dorner, porta-voz do Sierra Club, a maior organização de preservação ambiental americana. "Acho que o pior problema é a China usando a inércia americana como desculpa para sua própria inércia, e vice-versa", explicou.

O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, disse na segunda-feira que sentiu na reunião especial da organização "um claro chamado dos líderes mundiais para chegar a um acordo decisivo sobre as mudanças climáticas na conferência de Bali".

Este encontro tem como objetivo estabelecer um marco de negociações, baseadas na Convenção sobre Mudanças Climáticas da ONU (UNFCCC), para acelerar as metas de redução de emissões quando terminar a primeira fase do Protocolo de Kyoto, em 2012. Em uma advertência velada a Washington, Ban declarou que "todos os outros processos e iniciativas devem ser compatíveis com o processo da UNFCCC e alimentá-lo, colaborando para o seu sucesso".

Hans Verolme, diretor do programa de mudanças climáticas da organização de defesa do meio ambiente WWF, disse que os países convidados a participar do encontro de Washington desejam "voltar a incluir os Estados Unidos", após seis anos de ausência do maior poluidor do mundo da mesa de negociações sobre o clima.

À reunião de Nova York, realizada na segunda-feira na véspera do início do debate anual na Assembléia geral da ONU, assistiram representantes de mais de 150 países, incluindo 80 chefes de Estado ou Governo, tranformando-a no encontro sobre mudanças climáticas com mais líderes na história da ONU.

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