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Danilo Braga | 27/05/2020
Notícias
O desalinhamento de eixos é considerado a segunda fonte de vibração mais prevalente após o desbalanceamento, o qual ocorre devido ao mau alinhamento entre peças correspondentes, como metades de acoplamento, eixos, polias e etc. De maneira mais técnica o desalinhamento pode ser definido como a condição quando a linha central geométrica de dois eixos acoplados não coincidem ao longo do eixo de rotação.
Esses desvios podem apresentar-se de três forma distintas:
O desalinhamento paralelo ou radial, acontece quando as linhas de centro dos eixos estão paralelamente afastadas. Por outro lado, no caso de desalinhamentos angulares ou axiais esse desvio é observado pelo ângulo formado entre as linhas de centro em um plano no espaço. E o desalinhamento combinado, é a mais comum das situações, e ocorre justamente quando existem desvios paralelos e angulares em um mesmo conjunto de linhas de centro.
No caso de alinhamento de eixo, em geral, acoplamentos rígidos e flexíveis podem ser empregados. Embora os acoplamentos flexíveis sejam preferíveis por compensarem parte do desalinhamento, existem padrões geralmente aceitos para o desalinhamento do eixo com vários tipos de acoplamentos, de forma que é de extrema importância ter as linhas de eixo alinhadas o mais próximo possível.
Segundo pesquisa realizada com os participantes (em sua maioria profissionais de manutenção e confiabilidade) da International Maintenance Conference IMC-2012 sobre falhas mais recorrentes em máquinas, o desalinhamento se destaca em primeiro lugar ou dentro da margem de incerteza da pesquisa está entre os top 3.
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Falhas em Máquinas
Enquanto isso, alguns estudos apontam que as paradas de máquinas nas indústrias brasileiras causadas por problemas relacionados ao alinhamento inadequado dos eixos chegam a mais de 50%. Além disso, acredita-se que 90% das máquinas funcionam fora das tolerâncias recomendadas de alinhamento, o que pode levar a uma série de problemas de performance da máquina, custo e degradação de outros componentes.
Com relação a performance:
Na condição de desalinhamento o aumento de temperatura, ruído e vibração dissipam parte da energia que deveria ser convertida em trabalho, o que leva em uma redução direta da eficiência da máquina desalinhada.
Com relação ao custo:
Existe um custo para produzir tal energia dissipada, o que pode impactar diretamente na energia consumida por um motor elétrico, por exemplo. Durante a sua partida, o motor elétrico consome mais energia (devido seu estado de inércia) e o desalinhamento dificulta a entrada em regime de operação, aumentando o consumo de corrente e gerando problemas no dimensionamento dos dispositivos de proteção. Além disso, o motor passa a consumir mais energia para realizar seu trabalho gerando um gasto maior na conta de energia elétrica. O correto alinhamento pode reduzir o consumo de energia em até 15%, talvez até mais. Considerando que consumo de potência de um motor elétrico AC trifásico é dado por:
Considerando agora um motor de 25 HP nas condições: volts= 380 V, efi=90% e PF=0.9, com consumo de corrente antes do alinhamento de 36 A e após o alinhamento de 32 A operando 350 dias/ano (o que representa 8400 h), logo 2.13 kW são consumidos devido ao desalinhamento.
Assumindo o preço do kWh igual a R$ 0,10, a economia anual gerada pela correção deste desalinhamento é de R$ 1.790,00.
Com relação a degradação de outros componentes:
Infelizmente, os custos não são restritivo somente ao consumo de energia, a degradação em outros componentes gerada pelo desalinhamento pode levar a uma troca prematura de componentes:
A causa de uma condição de desalinhamento nem sempre é óbvia. A análise de vibração pode revelar um problema de desalinhamento, mas não identifica necessariamente o motivo. Capturar dados de alinhamento antes do equipamento ser removido ou desmontado, mesmo quando a manutenção é realizada por razões de não alinhamento, pode, com o tempo, revelar causas ocultas de desalinhamento. Verificar e registrar periodicamente as condições de alinhamento gera informações úteis sobre condições corrigíveis que, se abordadas, reduzirão falhas, aumentarão a produtividade e economizarão dinheiro. Alguns especialistas também apontam para outros fatores (com relatos reais) como problemas de fundação (isto é, na interface entre os apoios da máquina e a base ou a fundação “flexível”) e problemas climáticos.
Geralmente, opta-se por medir nos mancais próximos ao acoplamento e nas direções radial e axial. A vibração causada pelo desalinhamento apresenta os seguintes sintomas:
Os picos podem ser mais altos na vertical em uma extremidade do componente (por exemplo, motor), mas mais altos na horizontal em outra extremidade do mesmo componente.
O desalinhamento, mesmo com acoplamentos flexíveis, resulta em duas forças, axial e radial, e por consequência, em aumento de vibração nas direções axial e radial. A vibração axial é geralmente o melhor indicador de desalinhamento. Em geral, sempre que a amplitude axial da vibração for maior que uma metade da vibração radial mais alta (horizontal ou vertical), então o desalinhamento deve ser suspeito como sendo a causa da vibração. No entanto, o efeito do desalinhamento na assinatura de vibração é complexo e a cumplicidade pode ser resumida nas quatro regras gerais:
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