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Na contramão das notícias ruins trazidas pela expansão do coronavírus, a Largo Resources vai investir mais de US$ 10 milhões, o equivalente a R$ 50 milhões na implantação de uma nova unidade para a produção de vanádio na mina instalada no município baiano de Maracás. Os recursos serão utilizados para permitir que a empresa passe a produzir um novo mineral de vanádio, o V2O3 – um produto que tem um grau de pureza mais elevado e bastante demandando pela indústria aeroespacial.
O processo de construção da nova unidade deve ser iniciado no primeiro trimestre do próximo ano e deverá ser concluído ainda em 2021. A estimativa da empresa é de que a nova unidade de produção permita a geração de pelo menos 15 novos empregos diretos na cidade do interior da Bahia.
A Vanádio de Maracás, que produz também o V2O5, já havia anunciado recentemente os planos de produzir também o ferro-vanário. O CEO da Largo, Paulo Misk, avalia que o aumento na quantidade de produtos oferecidos ao mercado será de grande importância para a empresa e para Maracás.
“Nós estamos sempre agregando valor à nossa produção. Nosso esforço é sempre este. Não tem outra forma de ter sucesso e gerar riquezas para a Bahia”, acredita Misk.
A partir do mês de maio, a Vanádio vai deixar de realizar as suas vendas a partir de uma empresa intermediária e passará a fornecer diretamente o vanádio ao mercado mundial. A unidade para produção do V2O3 será fundamental neste processo, avalia Misk. Isso porque a empresa espera que 70% das suas vendas sejam de produtos com maior grau de pureza, o que em troca garante à empresa um prêmio sobre o preço normal do produto.
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“O v2o3 vai atender exatamente este mercado de alta pureza, muito direcionado para o mercado aeroespacial. Isso nos dará capacidade de atender bem à indústria aeronáutica”, explica. O vanádio tem a capacidade de tornar as ligas metálicas em que é inserido em materiais mais leves e resistentes.
2019
Segundo o CEO da Largo, Paulo Misk, 2019 foi um ano positivo. “Nosso time alcançou em 2019 um recorde de produção, ao passo que se manteve dentro da estimativa de custos”, diz. Em matéria de produção, a empresa bateu os seus recordes anual, semestral e trimestral, com um movimento de alta no período final do ano.
Em 2019, foram produzidas, pouco mais de 10 mil toneladas de vanádio na unidade da Largo em Maracás. No último trimestre do ano, foram pouco mais de 3 mil e 1177 apenas no mês de dezembro. “Foi um ano excelente, com a nossa equipe de parabéns. Aumentamos a produção em 16% no último trimestre e encerramos o ano com um aumento de 8% na comparação com 2018”, conta. “Tivemos um aumento na recuperação de minério, em nossa eficiência e isso tudo só foi possível graças ao esforço e empenho de nossa força de trabalho”, diz.
Para o presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm, o novo investimento reforça a importância da mineração para o desenvolvimento no interior do estado.
“Mais uma boa notícia para Maracás e para a Bahia. Hoje a Largo gera mais de 800 empregos diretos e duas centenas de indiretos, número que deve aumentar ano que vem com esta nova planta e mostra a força que a mineração tem para ajudar no desenvolvimento da Bahia”, disse Tramm.
O presidente da CBPM destaca ainda a importância do investimento pelo caráter inovador e por representar um adensamento da cadeia de produção do vanádio na Bahia. “É um processo que atualmente é feito fora do Brasil e que passará a ser realizado aqui mesmo na Bahia, com uma verticalização da produção. É o que sonhamos ver com cada vez mais frequência em nossa mineração”, ressalta.
Tramm destaca ainda a importância de uma boa notícia em um momento de notícias ruins. “Eles investem porque sabem que este momento difícil vai ser superado em breve”, avalia.
Única mineradora de vanádio da América Latina, a Largo assinou contrato de exploração com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e opera em Maracás desde 2014.
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