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Como as equipes de Tecnologia de Operações podem fortalecer a Indústria 4.0

Por: Rodney Repullo      16/03/2020

As equipes de OT (tecnologia operacional) são fundamentais para manter e escalar as operações de uma fábrica enxuta e garantem que todas as tecnologias de controle e automação permitam processos contínuos de produção e operação.

Em alguns países OT foi intencionalmente separada de TI, reportando-se apenas ao COO (Chief Operating Officer) e incluindo diferentes pessoas, objetivos, políticas e projetos. Essa independência impulsiona o gerenciamento ágil e eficiente da OT do chão de fábrica.

A Internet das Coisas (IoT) conquistou o setor de manufatura e representa uma nova fonte de dados que pode ser aproveitada para aumentar a eficiência da fábrica. Essa nova era de conectividade apresenta à equipe de OT muitas oportunidades para gerenciar, automatizar e otimizar ainda mais o chão de fábrica e o processo de produção. Infelizmente, sem a integração de TI com OT essas oportunidades não podem ser capitalizadas. Considere o seguinte: se os dados do chão-de-fábrica não estiverem integrados aos dados dos sistemas de TI, e se esses dados não forem processados com precisão nem exibidos aos principais tomadores de decisão, a excelência operacional e a otimização da produção serão impossíveis.

As equipes de OT precisam trabalhar em conjunto com a TI, que geralmente está comprometida com seus sistemas e protocolos que, geralmente, são um gargalo na criação de uma fábrica moderna e conectada. Conectar redes de dispositivos OT com redes tradicionais de dados de TI é um grande desafio. Veja como as equipes de OT podem liderar o processo.

Como as equipes de OT podem preencher a lacuna da Indústria 4.0

Usar sistemas de TI tradicionais para a tomada de decisões em tempo real é quase impossível. Em alguns casos, pode-se levar até 30 dias para que os dados gerados pelos sistemas de TI sejam recuperados, analisados e apresentados. Os sistemas de TI tradicionais e legados não estão equipados com a tecnologia para oferecer suporte à análise de Big Data. Isso significa que não há como eles exibirem os dados de maneira a fornecer insights acionáveis aos gerentes.


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Por outro lado, uma fábrica da Indústria 4.0 possui máquinas interconectadas, que geram uma grande quantidade de dados que devem ser analisados em tempo real para fornecer uma imagem completa do que está acontecendo no chão ou em uma única máquina. Por exemplo, em uma planta de fabricação de calçados, a máquina que produz solas pode notificar a equipe responsável pela costura exclusiva quando houver uma demora ou atraso inesperado, permitindo que eles mudem para outras tarefas enquanto a manutenção é realizada. Essa visibilidade em toda a instalação é simplesmente impossível sem conectividade de dados.

As equipes de OT podem superar essa lacuna vinculando um conjunto de máquinas conectadas a ferramentas de análise baseadas na nuvem para criar uma rede IoT centralizada. Uma vez conectada à nuvem, essa rede pode ser conectada à rede de TI existente.

Usando um único painel, os processos de montagem manual podem ser conectados aos dispositivos IoT e, em seguida, medidos em termos de eficiência e qualidade. Aplicativos personalizados podem gerenciar uma série de tarefas complexas, permitindo um mapeamento holístico de todos os elementos da linha de fábrica.

Integrando tipos de dados OT e TI

Um dos maiores desafios que as equipes de OT precisam superar para obter uma convergência bem-sucedida com as equipes de TI é comunicar dados diferentes de maneira coerente. Os dados de OT tendem a ser brutos e não estruturados, gerados pelos dispositivos de monitoramento nas máquinas. A TI, no entanto, trabalha com dados estruturados dos sistemas Enterprise Resource Planning (ERP), Product Lifecycle Management (PLM) e Customer Relationship Management (CRM).

É aqui que entra a Indústria 4.0. Ela fornece às equipes de OT a oportunidade de usar os dados de TI em conjunto com os seus próprios, e aproveitá-los para gerar análises em tempo real. Os dados de produção OT gerados a partir de máquinas no chão de fábrica podem ser inseridos no ERP e analisados em tempo real, para que os problemas sejam resolvidos imediatamente.

Considere o seguinte caso: devido à alta do dólar, um fabricante enfrenta um aumento considerado no custo dos materiais e também de produção. Em um ambiente de TI / OT não convergente, os gerentes podem não estar a par dessa mudança muito importante até o final do trimestre. As implicações disso são abrangentes. A incapacidade do gerente de agir pontualmente em relação aos ajustes nos preços ou na distribuição afeta toda a cadeia de suprimentos. Com uma plataforma de integração centralizada, no entanto, a convergência de dados de TI / OT notifica os gerentes sobre qualquer problema que surgir imediatamente. Isso permite que se tomem medidas preventivas e corretivas, decidindo usar um fornecedor diferente, usar materiais diferentes ou alterar o mix de produtos para reduzir os preços.

A convergência de TI/OT é a chave para a Indústria 4.0

A convergência de todos os dados de TI / OT em uma plataforma compatível com a Indústria 4.0 garante a visualização da fábrica como um todo. Os gestores de OT e TI podem obter atualizações do status da produtividade de maneira consistente e pontual, o que lhes permite tomar decisões de negócios mais precisas.

Os fabricantes que procuram convergência de TI / OT precisam de uma plataforma centralizada que receba dados de dispositivos conectados em tempo real. Isso permitirá que o sistema conectado suporte totalmente o monitoramento e o controle de processos a partir de uma única interface. Máquinas conectadas formam a espinha dorsal da Indústria 4.0

Máquinas conectadas tornam essencial a convergência de TI / OT para as fábricas de hoje e do futuro. As equipes de OT que gerenciam CLPs (Reporte para o chão de fábrica), SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition) e outras tecnologias cruciais precisam assumir a liderança para formar uma rede IoT centralizada que será conectada à rede de TI da empresa. Essa rede de IoT deve então ser vinculada a Big Data ou análises baseadas em nuvem para fornecer aos diretores executivos e seniores os insights acionáveis em tempo real necessários para tomar decisões de negócios precisas.

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Rodney Repullo

CEO da Magic Software Brasil