Fonte: Jornal do Commercio - 20/09/2007
O setor siderúrgico está ingressando em um novo ciclo de investimentos. De acordo com revisão recente dos cálculos do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), novos projetos irão mais do que duplicar a produção do setor, agregando 40 milhões de toneladas de aço, na produção atual, que passará para 77 milhões de toneladas/ano em 2015.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), confirma a nova etapa de expansão siderúrgica, revelando que novos projetos que têm sido apresentados ao banco. "Fomos consultados sobre quatro novas plantas siderúrgicas e esperamos uma expansão grande do setor", confirmou ao Grupo Estado Wagner Bittencourt, diretor das áreas de Insumos Básicos e de Infra-estrutura do BNDES.
Ele não revela detalhes dos projetos e nem cita nomes de empresas, mas dois deles já foram oficialmente confirmados: a usina que a chinesa Baosteel vai construir em parceria com a Vale do Rio Doce em Anchieta, no Espírito Santo, para produção de 5 milhões de toneladas de placas de aço; e a que Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)pretende construir no Nordeste, para 4 5 milhões de toneladas, como adiantou o Estado. Há ainda um projeto em Minas Gerais e o quarto com localização a ser definida em Minas ou São Paulo.
O vice-presidente executivo do IBS, Marco Polo de Mello Lopes, explica que quase todos os investimentos dessa safra referem-se a placas de aço, prioritariamente para exportação. Nesta etapa, o aço é praticamente um insumo para a fabricação de outros produtos de maior valor agregado, os aços especiais, como os galvanizados e os inoxidáveis.
"Do adicional que será agregado à produção nacional até 2015, 75% são de placas e semi-acabados para exportação. São investimentos importantes porque irão gerar mais divisas para o País. Mas, estão também dentro do processo de transferência de produção metalúrgica mundial para países em desenvolvimento", comentou o executivo.
Em meio aos novos investimentos em siderurgia, permanece o impasse em torno da usina que seria instalada no Ceará, a Ceará Steel, também para a fabricação de placas (inicialmente 1,5 milhão de toneladas) para exportação. Quando foi anunciado, em dezembro de 2005, o empreendimento tinha previsão de entrada de operação em 2009.
Entre os acionistas estavam a Vale, com 9%, a Dongkuk Steel, uma dos maiores produtores e aço da Coréia do Sul, com 34%; a empresa italiana Danieli, especializada no fornecimento de equipamentos, com 17%, e a BNDESPar, com 40%.
O empreendimento esbarrou no preço do gás que seria fornecido pela Petrobrás. A estatal não concordou com o valor que os investidores propunham, e insistiu na cobrança pelo preço de mercado. Há rumores de que, para viabilizar o projeto, emperrado há quase dois anos, a parceria estaria sendo alterada. A Vale e a Dongkuk permaneceriam no projeto, mas ao lado da coreana Posco para produzir 1,7 milhões de toneladas. Ainda não há confirmação oficial da informação. O mercado especula, também, que o combustível poderá ser trocado de gás para carvão.
Gostou? Então compartilhe:
Últimas notícias de Mercado