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O governo brasileiro anunciou na ultima sexta-feira (06) um novo acordo automotivo com a Argentina, que prevê livre comércio sem condicionantes a partir de julho de 2029. A medida deve impulsionar “gradualmente” o crescimento das importações e exportações entre as nações.
"O acordo automotivo é mais um avanço no processo de integração e trata-se de uma maior aproximação com a Argentina", afirmou Guedes a jornalistas, após solenidade de assinatura do acordo, na cidade do Rio de Janeiro.
O ministro diz que a política do governo do presidente Jair Bolsonaro é de "abertura gradual porém segura" da economia, e lembrou que o País também está em negociações comerciais com os Estados Unidos e com o México, depois de ter concluído acerto de acordo de livre comércio com a União Europeia.
Pelo acordo atual, que tem vigência até junho de 2020, cada US$ 1 importado da Argentina permitia exportação de US$ 1,5 do Brasil para o vizinho do Mercosul sem incidência de tributação.
Sob o novo acordo, essa relação, conhecida como flex, passa imediatamente a 1,7 até junho de 2020. Daí em diante, obedecerá uma escala, até chegar a 3,0 a partir de julho de 2028 a junho de 2029, disse uma das fontes, sob condição de anonimato à Reuters (veja mais no gráfico).
O novo compromisso firmado entre os países irá estabelecer tratamento diferenciado para veículos híbridos, elétricos e para automóveis com maior conteúdo tecnológico, instituindo condições mais flexíveis para seu comércio.
O ministro da Produção e Trabalho da Argentina, Dante Sica, diz que a definição de regras mais estáveis para o acordo, que até então vinha sendo renovado a cada dois ou três anos, trará mais estabilidade.
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Ele defendeu que o Mercosul precisa ter mais conexão com o mundo para garantir mais competitividade, produtividade e geração de empregos. "É preciso consolidar o Mercosul e aumentar o fluxo de comércio", afirmou Sica
Os mercados na Argentina sofreram forte abalo após o presidente Mauricio Macri que chegou ao poder em 2015 como defensor do livre mercado e crítico de políticas intervencionistas – ter sido derrotado em eleições primárias em agosto pelo rival peronista Alberto Fernández. Fernández está concorrendo em chapa com a ex-presidente Cristina Kirchner.
A avaliação da equipe econômica do governo brasileiro é que o Brasil deverá usar seu peso relativo para mudar o Mercosul, buscando o abandono do atual formato de união aduaneira, que impõe rigidez à expansão da rede de parceiros de acordos de livre comércio de seus membros. Além do Brasil, participam do bloco Argentina, Paraguai e Uruguai.
Para Luis Carlos Moraes, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) o acordo deve promover maior integração econômica entre os dois países, uma vez que “a Argentina sempre será um grande parceiro do Brasil.”
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