Logomarca Indústria 4.0

UFF se destaca internacionalmente com pesquisas sobre cidades inteligentes

Já imaginou uma cidade inteiramente conectada, com seus sistemas de transporte, governança, educação, iluminação pública e energias renováveis operando de forma integrada com os cidadãos? Esse tipo de funcionamento urbano já existe e é chamado de cidade inteligente ou Smart City (SC).

Por: Jornalismo UFF      12/02/2019 

Já imaginou uma cidade inteiramente conectada, com seus sistemas de transporte, governança, educação, iluminação pública e energias renováveis operando de forma integrada com os cidadãos? Esse tipo de funcionamento urbano já existe e é chamado de cidade inteligente ou Smart City (SC).

Na UFF, sob a coordenação do professor Luiz Satoru Ochi, um grupo de pesquisadores do Instituto de Computação se dedica a estudar esse fenômeno no Brasil e também no mundo, estabelecendo parcerias com diversas empresas brasileiras, como a Petrobras e o IBGE, e com universidades francesas, a exemplo da Avignon Université e da Université de Versailles-Saint Quentim.

Segundo Luiz Satoru Ochi, “o conceito de SC envolve a utilização da tecnologia para facilitar o planejamento e a construção de serviços inteligentes para as cidades. Seu maior benefício, portanto, é o de trazer qualidade de vida para as pessoas”.

Os encontros do grupo de pesquisadores, formado por professores de diversas universidades brasileiras e francesas, assim como estudantes de pós-graduação, acontecem também na UFF, no Laboratório de Inteligência Computacional do Instituto de Computação da UFF (LabIC).

"A ciência precisa estar sempre à frente de seu tempo, prevendo adversidades e também propondo soluções”, Elias Lawrence.

Nesse espaço, eles têm se dedicado a desenvolver novas tecnologias através de pesquisas acadêmicas e junto às empresas e indústrias, na formação de recursos humanos e no desenvolvimento de novos produtos direcionados à população como um todo. Algumas dessas tecnologias estão voltadas, por exemplo, à melhoria dos setores de serviços públicos e privados do país.

Um exemplo é o trabalho desenvolvido por Elias Lawrence, aluno de mestrado do departamento de computação, orientado por Satoru Ochi. O mestrando pesquisa o roteamento de drones com o intuito de encontrar rotas para que os veículos cumpram seus objetivos de forma rápida, econômica e segura. Os drones seriam empregados para inspeção de áreas de risco, em pontes, rede elétricas etc.


Continua depois da publicidade


Segundo Elias, “uma economia que negligencia condições sociais de sua população não pode ser considerada inteligente. A cidade deve saber tudo o que está acontecendo dentro de seus limites, guardando dados sobre trânsito, crimes, desastres... Falta de informação não pode ser um obstáculo para autoridades resolverem os problemas dos cidadãos”.

O conceito de Smart City, explica o mestrando, “vai além da crença popular de uma cidade cheia de robôs, como no desenho animado dos Jetsons e em outras ficções científicas. Trata-se de cidades planejadas e tratadas de forma inteligente pelas autoridades, em conjunto com a comunidade científica, visando ao crescimento econômico, mas sem deixar de lado a sustentabilidade”.

Outro exemplo possível de utilização da tecnologia para a construção de uma SC gira em torno do problema de desperdício da água potável e de análise de sua qualidade. Algumas empresas já pensam, num cenário futuro, por exemplo, a realização de um monitoramento e gerenciamento de ecossistemas aquáticos inteiros, desde rios e reservatórios até bombas e canos das casas, de modo a conferir informações úteis aos indivíduos; se possível, diminuindo também a demanda.

Também pode ser citado o emprego de tecnologia digital para solucionar questões de governança, o que implicaria um melhoramento da comunicação do setor público e incentivaria a população a participar dos processos de tomada de decisão. Os sistemas de votação se tornariam mais eficientes e contribuiriam para um governo mais transparente e responsável.

Perspectivas futuras

A equipe coordenada por Satoru Ochi tem muitos projetos que, tais como os citados anteriormente, relacionam-se à construção das SC. Dentre os promissores planos para o ano de 2019, por exemplo, está o de inaugurar no Rio de Janeiro uma Escola de Verão para estudantes de graduação e pós-graduação com a temática das Smart Cities. A iniciativa será realizada em conjunto com universidades francesas e terá o apoio dos consulados da França no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A ideia central do evento é reunir durante uma semana estudantes de graduação e pós-graduação do Brasil, da França e de países da América Latina para a realização de atividades diversas, e em tempo integral, sobre o estado da arte, novas tendências e a importância das SC.

No evento, serão convidados alguns especialistas do Brasil, da França e, eventualmente, de outros países, para ministrar minicursos e palestras sobre o tema. Além disso, os estudantes que já atuam na área irão fazer apresentações e abrir discussões entre eles para produzir novas ideias sobre as SC.

Para Luiz Satoru Ochi, pensar as SC se faz urgente e fundamental na construção de outro modo de viver e na abertura de uma nova forma de “diálogo entre as cidades e os cidadãos”, e a ciência é um campo fértil para isso. Como explica Elias, entusiasmado com sua pesquisa, “a ciência precisa estar sempre à frente de seu tempo, prevendo adversidades e também propondo soluções”.

 

Gostou? Então compartilhe: