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A Catho, site de empregos, aposta no designer de máquinas agrícolas como uma das profissões que devem crescer nos próximos anos. De acordo com a assessora de Carreira da empresa, Elen Souza, as novas tecnologias têm revolucionado o mundo, e no agronegócio não é diferente.
“Automação e precisão são conceitos que vêm sendo incorporados à agricultura com a finalidade de aumentar a produtividade e facilitar a vida no campo. Dessa forma, o designer de máquinas agrícolas será um forte aliado das empresas para tornar o negócio mais eficiente e lucrativo”, diz Elen.
O designer de produtos Yuri Kozowski, da Ícone Projetos, afirma que o mercado de máquinas agrícolas mudou muito nos últimos 15 anos. “O consumidor não aceita mais só o básico: um equipamento pensando apenas na ótica mecânica e funcional”. Uma década e meia atrás, o profissional começou a estagiar na área, em uma empresa de Caxias do Sul (RS). “As empresas demoraram a abrir os olhos para a importância do design. É um problema cultural, devido ao pouco conhecimento sobre a profissão e seu papel”, afirma.
O que faz?
De acordo com o engenheiro mecânico Winston Quintas, supervisor de Marketing de Produto da Valtra, o papel do designer de máquinas vai muito além de agradar aos olhos do comprador com algo robusto ou futurista. “Não é só a aparência; ele precisa levar vários aspectos técnicos em consideração”, diz.
De acordo com o gerente de Engenharia de Produto da John Deere, Marlon Christmann, existem três principais objetivos no desenvolvimento do maquinário. Um deles é a funcionalidade,ou seja, para qual uso aquele equipamento se propõe; outro é a segurança oferecida a quem está operando o equipamento; e, por fim, a usabilidade, as características que deve facilitar pequenos serviços do dono da máquina, como a limpeza.
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Kozowski diz que o foco do profissional também está no operador por trás da máquina. “Ele não pode simplesmente olhar para a cabine do trator e ver apenas uma estação de trabalho que vai consumi-lo”, diz.
Essa visão é endossada pela assessora da Catho. “É imprescindível que (o produto) seja confortável e seguro, atendendo aos quesitos da ergonomia”. Para o designer de produto da Ícone, a preocupação com o lado humano diminui a rotatividade de profissionais, o que também afeta a economia do empresário.
Formação e salário
Para atuar na profissão, o candidato precisa ter, no mínimo, um curso técnico de design. “Instituições de ensino, principalmente na região norte e nordeste do Rio Grande do Sul, já oferecem cursos de especialização em design para máquinas agrícolas para profissionais das áreas de design, engenharia, artes plásticos e afins”, diz a assessora Elen Souza.
Segundo a Catho, no geral, o objetivo desses cursos é formar profissionais para atuar no design de equipamentos para indústria metal-mecânica agrícola, trabalhando a ergonomia e segurança de máquinas agrícolas através de novas tecnologias para o processo de fabricação. “Seguir carreira nesse setor requer conhecimento de aspectos de riscos ambientais e responsabilidade social”, afirma Elen.
Os profissionais da área recebem como salário médio mensal de R$ 3.000, no início da carreira, a R$ 8.000, no nível sênior, segundo informações da Catho.
Desafios
Criar máquinas agrícolas no Brasil é um grande desafio, já que há uma grande variação de clima e solo, e as máquinas precisam se adaptar a essas peculiaridades. “Estamos trabalhando com o mapeamento das necessidades dos clientes conforme sua região e no design necessário para suprir essa demanda”, diz Christmann.
A Massey Ferguson tenta oferecer produtos homogêneos em todo o mundo. Dessa forma, o grande desafio da equipe brasileira é realizar a “tropicalização” sem ferir o padrão global. “Já houve casos em que trouxemos um trator europeu e, para ele funcionar no Cerrado, foram necessárias modificações no sistema de ventilação do motor”, conta Kazuo Nunes, especialista em Marketing de tratores da Massey Ferguson.
O futuro começa hoje
Sustentabilidade ambiental é uma das grandes cobranças que se apresentam, diz Winston Quintas. O equipamento, segundo ele, deve otimizar as emissões de gases. “Trabalha-se aí com os motores elétricos, por exemplo, e outros combustíveis que não os residuais”.
Com a entrada de uma nova legislação que estabeleceu diretrizes, prazos e padrões legais para a emissão de poluentes para diferentes categorias de veículos, a Massey precisou adequar parte de seu portfólio. A normativa exigiu não só modificações nos motores, como também a utilização de diesel com teor de enxofre reduzido. “Trouxemos tecnologia de regulagem de emissão que estava em uso nos Estados Unidos e na Europa para cá, e aproveitamos para modernizar o portfólio”, diz. Hoje, conforme afirma Nunes, o maquinário brasileiro não perde em nada para o ofertado no resto do mundo.
Outro tendência, de acordo com o supervisor da Valtra, é a substituição de implementos físicos por interativos. “Se ele quer ver qual a rotação do motor, aquilo passar a ser projetado no para-brisa. Facilita para o operador e dá segurança, porque existem pessoas ao redor da máquina e ele precisa de atenção. Quanto menos obstáculos no caminho, melhor”, diz Quintas.
A John Deere, segundo Christmann, também acredita que o futuro seja “menos ferro e mais inteligência”. “É por meio da tecnologia que enxergamos a solução para essa questão. Principalmente por meio de softwares e ferramentas tecnológicas conseguiremos ajudar o agricultor a aumentar a produtividade das lavouras”, diz.
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