Tijolos geram eletricidade limpa e nunca precisam ser recarregados

Os compostos envolvidos nessas reações não são consumidos, não se esgotam e nunca precisam ser recarregados.

Tijolos que geram eletricidade

Casas construídas com uma nova tecnologia de "tijolos verdes" não precisarão de painéis solares ou geradores eólicos para gerar eletricidade limpa.

Os tijolos termogalvânicos geram eletricidade de forma autônoma, bastando para isso que duas de suas faces estejam em temperaturas diferentes.

Por exemplo, se a parede externa de uma casa estiver quente por receber a luz do Sol, enquanto o interior está sombreado e fresco, a parede produz eletricidade.

Isto ocorre graças a processos de redução e oxidação eletroquímicos equilibrados que ocorrem dentro do tijolo. Enquanto os eletrodos nas suas faces estiverem em temperaturas diferentes, as reações eletroquímicas ocorrem e a eletricidade é gerada.

A grande vantagem é que os compostos envolvidos nessas reações não são consumidos, não se esgotam e nunca precisam ser recarregados - enquanto houver uma diferença de temperatura, a eletricidade será gerada.

Tijolos termogalvânicos

A técnica envolve o uso de água gelificada dentro do tijolo, usufruindo de uma estrutura interna muito conhecida dos matemáticos, chamada schwarzita, fabricada por uma impressora 3D. O benefício adicional é que essa estrutura de superfície mínima (schwarzita D) deixa os tijolos termogalvânicos mais fortes do que os tijolos comuns.

Além disso, a estrutura não apenas permite que a eletroquímica ocorra, como também serve para melhorar o isolamento térmico.

A equipe acredita que este novo dispositivo poderá ajudar a fornecer acesso a energia sustentável e acessível, principalmente em construções distantes de uma rede elétrica.

"A ideia é que esses tijolos possam ser impressos em 3D a partir de plástico reciclado e usados para construir rápida e facilmente coisas como abrigos para refugiados. Pelo simples ato de manter os ocupantes mais quentes ou mais frios do que o ambiente, a eletricidade será produzida, suficiente para fornecer iluminação noturna e recarregar um telefone celular.


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"Crucialmente, eles não exigem manutenção, recarga ou reabastecimento. Ao contrário das baterias, eles não armazenam energia, o que também elimina o risco de incêndio e restrições de transporte," disse o professor Leigh Aldous, do King's College de Londres, que desenvolveu a tecnologia com colegas das universidades do Arizona, nos EUA, e Nova Gales do Sul, na Austrália.